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Família Naves realiza encontro em Araguari

Com o tema: "Caso dos irmãos Naves como símbolo da luta contra a violência policial e pelo respeito aos direitos humanos", o evento servirá para a apresentação do primeiro livro sobre a família, abrangendo o período de 1655 a 1945

A família Naves, uma das mais tradicionais no País, que começou a ser formada no Brasil há 350 anos, terá o seu segundo encontro nacional no dia 24 deste mês, em Araguari, com uma extensa programação na Galeria de Artes e Cine Teatro Municipal, na Praça Manoel Bonito. Na pauta, acontecerá a apresentação das pesquisas genealógicas realizadas nos últimos anos, que permitiram identificar 14 gerações seguidas, a partir de 1655, e lembrar os 75 anos do caso dos irmãos Naves, tragédia que se abateu sobre um dos núcleos familiares, atingindo diretamente dois irmãos e a mãe. A proposta, de acordo com o jornalista Jales Naves, coordenador do evento, é discutir a violência policial, para evitar a repetição de episódios tristes como esse, e tornar o caso um símbolo da luta no País contra essa violência e em defesa dos direitos humanos.

Na ocasião, a Editora Naves, que organiza o encontro, apresentará o primeiro livro sobre a família no Brasil, abrangendo o período de 1655 a 1945. A obra é fruto de exaustiva e criteriosa pesquisa coordenada, nos últimos 30 anos, pelas professoras Maria Helena Fernandes Cardoso (Dorinha) e Vicentina Naves Fernandes, que faleceu em 2007; elas trabalharam na Universidade Federal de Uberlândia, onde se aposentaram. Participaram do levantamento, também, familiares de todo o País, que enviaram seus informes e papéis.

O Projeto “Família Naves”, idealizado para organizar a sua história, realiza pesquisas em documentos oficiais (Cartórios, Igrejas, livros e apontamentos diversos), arquivos pessoais e outras fontes confiáveis, e colhe depoimentos. “Busca indicadores da presença de familiares, para obter informações e mostrar a sua contribuição na construção do País”, explica o coordenador Jales Naves. “Tem sido um trabalho interessante, com registros de grande valor, que estão sendo reunidos para descrever essa trajetória”. Algumas as informações foram publicadas no boletim “Notícias de Naves” e na revista “Família Naves”, que resgata essa trajetória.

                                      O encontro e a programação

O II Encontro Nacional da Família Naves em Araguari tem o apoio da Prefeitura de Araguari, por sua Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, e da Fundação Araguarina de Educação e Cultura. A programação prevê duas palestras e a apresentação da peça teatral “O caso dos irmãos Naves”, pelo Grupo EmCena, dessa cidade mineira, e do livro, além de momentos para convivência e troca de informações. Na parte da manhã o jornalista Jales Naves mostrará os resultados da pesquisa genealógica realizada, com ênfase para as seis primeiras gerações (1650-1800); e no período da tarde os advogados Rubens Naves, do escritório Rubens Naves, Santos Hr., Hesketh, de São Paulo, e Gilberto Naves, de Goianésia, GO,  onde é o prefeito, falarão sore “O caso dos irmãos Naves como símbolo da luta contra a violência policial e pelo respeito aos direitos humanos”.

O encontro visa promover amplo debate sobre violência policial e respeito aos direitos humanos, para fortalecimento da cidadania; e mostrar, como exemplo, o triste episódio que envolveu os irmãos Joaquim e Sebastião Naves, em novembro de 1937, em Araguari, MG: presos por um crime que não cometeram, foram barbaramente torturados e, como não havia provas contra eles, absolvidos pelo Júri Popular, por 6 x 1, em dois julgamentos. O processo foi remetido para Belo Horizonte, MG, onde o Tribunal de Justiça do Estado os condenou, mesmo sem provas, a 16 anos de prisão; cumpriram metade da pena e foram libertados, condicionalmente, por bom comportamento. Em função do absurdo da condenação sem provas é conhecido como o maior erro da história do Judiciário no Brasil. Ainda, que permitir, com essa lembrança, o entendimento do que realmente aconteceu, porque nem todos têm as devidas informações.

Os Naves pretendem, com o evento, manter esse episódio vivo na memória de todos, para que não se repita, tantas as arbitrariedades cometidas contra os dois irmãos Naves, sua mãe, Ana Rosa, e outros familiares: prisão arbitrária, obtenção de “confissão” sob intensa tortura física e psicológica, pressão sobre familiares, abuso de autoridade pela Polícia, restrição da liberdade e do direito de defesa etc.; e prestar homenagens aos descendentes de Joaquim e Sebastião Naves, que sofreram e sofrem, até hoje, com as injustiças cometidas contra seus pais, sua avó, Ana Rosa Naves, e outros familiares; e a parentes que nasceram e vivem nessa cidade mineira. O encontro vai promover o congraçamento e a confraternização da família Naves, numa aproximação entre segmentos distantes; e comemorar os seis anos de criação da ousada e pioneira revista “Família Naves”.

Programação (provisória)


Data: 24 de novembro de 2012
Local: Cine Teatro / Galeria de Artes Municipal
           Praça Manoel Bonito, s/n – Centro, em Araguari, MG


Atividades

01. Inscrições (7h30 às 9h30)

02. Abertura do Encontro / exposição de trabalhos artísticos (10h);

03. Palestra “A pesquisa genealógica da família Naves” (10h30)
·         Jornalista Jales Naves, diretor e editor da revista “Família Naves”;

04. Confraternização / relatos (11h30).

05. Pausa/Almoço (13h)

06. Apresentação de peça teatral “O caso dos irmãos Naves” (14h30)
·         Grupo EmCena de Teatro, de Araguari, MG, sob a direção do dramaturgo Thiago Scalia;

07. Palestra “O Caso dos irmãos Naves como símbolo da luta contra a violência policial e
    pelo respeito aos direitos humanos” (16h30)
·         Advogado Rubens Naves, do Rubens Naves, Santos Jr., Hesketh – Escritórios Associados de Advocacia, de São Paulo, SP; e
·         Advogado criminalista Gilberto Naves, atual Prefeito de Goianésia, GO;

08. Confraternização / relatos (17h30);

09. Lançamento do livro sobre a família Naves (20h)
·         Professora Maria Helena Fernandes Cardoso, pesquisadora e historiadora;

10. Homenagens (21h)

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