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Crônica do João Costa: Nós e o tempo

João Costa (*)                

Estamos vivendo mais um fim de ciclo, ou seja, o encerramento de um ano. Logo, começa aquela expectativa quanto ao que virá. Isso acontece sempre, todos os anos, nessa época com mais intensidade. Mas, na verdade, as pessoas têm mesmo é mania de viver entre o passado e o futuro, sempre presas ao passado e preocupadas quanto ao que virá. Isso é uma constante na vida das pessoas. E, com isso, estão sempre desconectadas quanto ao presente, que é o nosso tempo real.

Outra mania é a de reclamar sobre a falta de tempo. Sempre dizendo que o tempo está passando rápido demais, dificultando a realização dos afazeres triviais.






Essas pessoas que vivem reclamando, dizendo não terem tempo, normalmente são as que vivem adiando o que deveria ser feito no tempo presente de suas existências. Elas acreditam, baseadas na cegueira da ignorância, que o tempo lhes falta, quando, na verdade, elas o vivem desperdiçando enquanto reclamam.

O tempo transcorre de acordo com a forma como as pessoas o ocupam. Sabendo usá-lo, nunca falta.

Quando a pessoa vive intensamente o seu momento presente, totalmente desvinculada do passado e sem se preocupar com o futuro, seu dia a dia é harmonioso, feliz, repleto de acontecimentos maravilhosos, e tudo, enfim, dá certo e sai a contento.

Quando a pessoa se sente presa ao passado, desperdiça energia. A vinculação com o passado gera desperdício de tempo. O passado é algo que não existe mais, ficou para trás no percurso do tempo.

Não adianta olhar com tristeza para o passado. Não adianta lamentar pelas frustrações sofridas, pelas perdas. Não adianta os remorsos. O passado jamais voltará a ser presente. Não existe mais. Assim sendo, todos os males sofridos no passado também não existem mais.

Preocupar-se com o futuro também é perda de energia. O futuro representa o que ainda está para acontecer. É o que existirá em breve, mas ainda não se manifestou.

Temos que viver o presente, o agora. O presente é o único tempo que verdadeiramente existe. Todo e qualquer momento em nossa vida em que estivermos vivendo, conscientemente, vivenciando a atualidade manifestada, é o tempo presente. Não é possível viver no passado nem no futuro.

Mesmo que tivéssemos uma máquina do tempo e pudéssemos nos locomover tanto para o passado como para o futuro, estaríamos, naquele momento, vivendo um tempo presente em nossa consciência.

Hoje, agora, neste momento, é o tempo real. O presente é o tempo das realizações. O que tiver de ser feito, deve sê-lo agora.

Portanto, pare de desperdiçar energia se preocupando. Pense, aja, realize. Faça acontecer. Aqui e agora.

Temos em nossas mãos o presente. Vamos vivê-lo com sabedoria. Vamos fazer hoje o que precisa ser feito. Hoje é o tempo, o momento é já.

Desprendamo-nos do passado. Vivamos o presente. Quanto ao futuro, ele virá infalivelmente. Não nos preocupemos, portanto, com ele. O amanhã ainda não existe. E se não existe ainda, não pode nos assustar.

O nosso posicionamento quanto ao futuro deve ser de preparação. E isso só pode ser feito no presente. Preparação sem preocupação. Expectativas felizes e positivas. Perspectivas ousadas e criativas. O presente nos proporciona a oportunidade para isso. Quanto à preocupação, ela desestimula, cria o medo por causa da incerteza sobre o que virá.

Essa preparação para o futuro faz-se através dos sonhos, dos desejos, dos objetivos, dos planejamentos. Isso no presente, claro.

Do passado, trazemos experiências proporcionadas pelas vitórias e pelas derrotas, pela felicidade das conquistas e pelas frustrações e decepções. São os aprendizados. Somente isso. Nada mais do passado pode nos beneficiar em nossa caminhada. O futuro é o alvo, o objetivo. A conquista se dará no devido tempo, assim que chegarmos ao ponto desejado, que será o presente naquele momento.

A Lei universal nos ensina: Deixemos o passado no seu lugar, nas cinzas do tempo. Quanto ao futuro, deixemos na sombra da incerteza, guardando a surpresa da realização de nossos sonhos.

Passado e futuro não pertencem à realidade. O presente é a eternidade.

(*) João Costa é natural de Monerat, Distrito de Duas Barras - RJ. É jornalista e sempre militou na área de comunicação, começando em rádio, em Nova Friburgo. No Rio, trabalhou em diversas emissoras, tais como Rádio América da Guanabara, Manchete FM e Alvorada FM. Morou em Araguari, onde trabalhou na Rádio Alvorada FM e no Diário de Araguari. Reside em Saquarema - RJ, onde edita um jornal alternativo de circulação regional.

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