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Recordar é viver - O elefante branco de Araguari

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Do Jornal de Domingo, Araguari, em agosto de 2006:

Inaugurado em 27 de agosto de 2003, ou seja, quase três anos, o Hospital Municipal Nephtaly Guimarães Naves, situado à rua São José, no bairro Miranda, segue vagarosamente. Ao transitar pelos corredores quase vazios mal se percebe que o prédio tem outra função, a de abrigar pacientes. Estampado em uma placa afixada na parede do Hospital uma frase batiza o monumento: “Esta obra foi realizada com recursos da União e do Município”. No momento, apenas os ambulatórios de ortopedia e radiologia estão atendendo a população.

A reportagem do JD percorreu o entorno do Hospital Municipal e acompanhou o descontentamento dos moradores e comerciantes. “Isso é uma negação, uma obra eleitoreira. Já inauguraram este hospital umas cinco vezes, mas a promessa permanece: funciona mais ou menos hoje, funciona direito amanhã”, lamentou o barbeiro Antônio José Pereira.

Ao que parece, a vizinhança ainda sonha com o pleno funcionamento do hospital apesar do sentimento de desamparo e revolta, já que possuem um centro médico a mercê do tempo próximo à suas casas. Rosa Gerônimo Ribeiro, comerciante, revelou que os pacientes enquanto esperam atendimento, ora ou outra, recorrem à sua lanchonete pois, constantemente, falta água no prédio público. “Eu vi e ouvi os engravatados aqui rodeados por câmeras e mais câmeras. Escutei bem, eles falaram: ‘R$540 mil para equipar o Hospital’. Tinha até algumas faixas no dia, só faltou uma bandinha”, disparou Rosa Ribeiro.

Segundo o prefeito Marcos Alvim (PSC), nos próximos 60 dias haverá uma definição e o Hospital, enfim, deve funcionar definitivamente. “Nós contratamos uma empresa de consultoria especializada em saúde que tem nos orientado e, conosco, traçou algumas diretrizes para o bom funcionamento do Hospital Municipal”, explicou Alvim.

O secretário de Saúde, Edilvo Mota, revelou que a Prefeitura pode firmar parcerias com a Santa Casa de Misericórdia, Universidade Professor Antônio Carlos (Unipac) e/ou Fundação Maçônica. A princípio, de acordo com o secretário, um convênio com a Santa Casa parece mais viável, pois a mesma já possui um corpo técnico efetivo, mas, mesmo assim, não descarta a possibilidade de se acolher os alunos da Unipac, tornando-se, assim, um Hospital-Escola. “A Prefeitura dispõe de R$1.100 mi no caixa para aquisição de equipamentos, que só pode ser feita após as eleições”, explicou o Edilvo Mota.

Nota do blogueiro: Hoje, em agosto de 2010, o Hospital Municipal está completamente fechado e sem previsão de data para entrar em funcionamento.

4 comentários:

  1. Prezado Aloísio,

    O projeto de gestão do hospital municipal (que não havia sido feito) foi elaborado em 2007, por uma equipe composta pelo secretário de saúde, Edilvo Mota, o diretor médico da SMS, Eduardo Braga, a diretoria pedagógica da Unipac, Dra. Rosana de Cássia, o coordenador do curso de Medicina da Unipac, William Gebrim Júnior, o coordenador do curso de Enfermagem da Unipac, Durval Veloso e o professor Walter Sidney, decano da UFU, cedido para este fim.

    O projeto, dividido em Plano de Metas e Contrato de Gestão, foi concluído no segundo semestre de 2007; em seguida, foi apresentado e entregue ao prefeito Marcos Alvim.

    O contrato de gestão previa a gestão através de entidade do terceiro setor (ADESA, mas poderia ser qualquer outra entidade), com interveniência da Unipac, através de seus cursos da área de saúde.

    O vereador líder do governo à época, defendia o convênio com a Santa Casa, para gestão do hospital; entretanto, mesmo tendo sido solicitada por mim inúmeras vezes, a minuta da proposta/convênio da Santa Casa jamais foi apresentada (ao menos, não tomei conhecimento).

    Convém lembrar que, naquele período (por volta de agosto/2007), o Alvará Sanitário do hospital havia sido liberado pela Secretaria de Estado da Saúde, através de sua Gerência de Infraestrutura Física, após gestões do deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB) junto ao governador do Estado de Minas Gerais e ao secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana. Também fez gestões junto à SES-MG o deputado estadual Luiz Humberto Carneiro (PSDB) de Uberlândia.

    O alvará tinha validade para 12 meses e sua renovação estaria condicionada à realização das adequações exigidas pela Coordenação de Vigilância Sanitária e a Gerência de Infraestrutura Física, ambas subordinadas à Secretaria de Estado da Saúde.

    Portanto, minha missão foi cumprida, conforme havia citado na matéria do Jornal de Domingo, dentro das limitações que o cargo de secretário municipal de saúde me impunha.

    As ações para adequação do prédio e a gestão política para viabilizar recursos do Estado para o custeio do hospital (outra questão esquecida na época da construção) estavam fora de minha alçada.

    Grande abraço e sempre ao dispor para esclarecimentos em relação aos assuntos de interesse público.

    Edilvo Mota
    Ex-secretário municipal de Saúde (janeiro/2005 a março/2008)

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  2. Tecnicamente a autoridade do prefeito é indelegável, posto que somente ele é o legítimo depositário da confiança dos eleitores. Não pode ele se esconder dessa responsabilidade, muito menos atribuir culpa a secretários. O empenho dele e mesmo a sua vontade não podem ser substituídos pela vontade de terceiros contratados. Por maior que seja a competência dos subalternos a definição de rumos compete ao prefeito. A ele cabe traçar os rumos e corrigir esses rumos quando necessário. Nisso está a essência do cargo executivo que exige capacidade de prever e gerir com domínio permanente a atitude de cada um dos subalternos.

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  3. Radiologia e ortopedia? Então está ótimo pra os eleitores que quebraram a cara.

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  4. Natal foi direto ao ponto.

    Neste caso (hospital municipal) e em todos os demais atos relacionados à minha (modesta) gestão na saúde do município, sempre me reportei ao prefeito municipal. Na estrita obediência ao princípio da HIERARQUIA. Provavelmente, um resquício dos meus 6 anos na caserna.

    E jamais me furtei de informar ao chefe do Executivo sobre fatos (positivos ou negativos) que me chegaram ao conhecimento e que eram relacionados ao sistema de saúde.

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