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Mistério e dor


Um ano sem notícias sobre o paradeiro de Jeneffer Karinne

De Luiz Muilla, no jornal Gazeta do Triângulo: Todos os dias a polícia registra desaparecimentos de jovens no Brasil. Na metade dos casos, as vítimas são encontradas com vida. Os sumiços são motivados por problemas familiares, envolvimento com entorpecentes, doenças mentais, dentre vários outros.

Em Araguari não é diferente e algumas situações desafiam a polícia. Uma delas envolve Jeneffer Karinne Aguiar Teixeira, hoje com 23 anos, que saiu de casa em agosto de 2009, na avenida da Madeira, 570, no Conjunto Allan Kardec, e, desde então, não deu qualquer informação sobre seu paradeiro.

A jovem é mãe de três filhas (entre 2 e 7 anos) e possui histórico como usuária de entorpecentes, porém, embora tenha saído de casa algumas vezes, nunca ficou mais de um mês longe dos familiares, até pelo carinho com suas filhas, que choram diariamente com saudades da mãe.

A Polícia Civil, que iniciou as diligências em setembro, logo após o registro do desaparecimento na delegacia, enviou investigadores em cidades por onde Jeneffer teria passado, inclusive no estado de Goiás, porém, não houve qualquer informação concreta. Alguns boatos davam conta de que ela fora vista entrando em um caminhão.
A mãe da vítima, Márcia de Aguiar Teixeira, não sossegou um minuto depois que Jennefer desapareceu. Ela procurou rádios, TVs, jornais, autoridades municipais, entidades, e promete lutar até que o mistério chegue ao fim.

Em novembro do ano passado, Márcia participou de Audiência Pública na Câmara Municipal de Uberlândia, promovida pela vereadora Liza Prado. Outros casos foram debatidos na oportunidade. Enquanto isso, em Araguari, com exceção da investigação policial, nenhum ato foi realizado, o que trouxe certa revolta aos familiares da desaparecida.

A Gazeta do Triângulo tem sido o veículo de comunicação mais procurado por Márcia de Aguiar nestes 12 meses. Em março, por exemplo, acionou a reportagem para fazer um apelo às autoridades e pedir que o caso não seja esquecido. “Ninguém sabe de nada. Parece que tudo está parado. Não tenho mais o quê falar. Até agora nada foi resolvido”, afirmou.

Na época, em entrevista à Gazeta, a delegada Ana Cristina Marques Bernardes, titular da Delegacia de Proteção à Mulher, à Criança e ao Idoso, informou que não há muito o quê fazer, tendo em vista que a jovem saiu de casa espontaneamente e, ao que tudo indica, sem a intenção de voltar.

“Não é que a polícia não esteja fazendo nada. Foram realizadas todas as diligências para verificar se existia algum indício de crime. Porém, tivemos notícias de que ela passou por Tupaciguara e também pelo estado de Goiás. Como ela é maior, saiu de casa por livre e espontânea vontade, e tem andado de cidade em cidade, não temos como obrigá-la a voltar. A função da polícia não é localizá-la e, sim, investigar se houve crime”, justificou Ana Cristina.

De qualquer forma, familiares não aceitam a posição da polícia e temem que algo mais grave tenha acontecido com Jeneffer. “A delegada nos explicou tudo isso, mas, eles não podem desistir. A minha filha sempre saía e ficava fora, mas nunca deixou de dar notícias. Ela sempre ligava para saber como estavam as crianças. Isso não está certo. Se ela estivesse bem como eles dizem, teria ligado para mim. O meu medo é de que alguém tenha feito algo com ela por conta de dívida de droga ou mesmo de prostituição. Por isso, a polícia tinha que dar um aperto nas pessoas que andavam com ela porque, com certeza, eles sabem de alguma coisa”, desabafou Márcia de Aguiar Teixeira.

No mês passado, o delegado Fernando de Campos Storti, da 4ª DRPC, enviou material das filhas de Jeneffer para o Instituto de Criminalística em Belo Horizonte. Ele será confrontado com o DNA da ossada encontrada neste ano na região do bairro Novo Horizonte, apesar de o policial entender que a chance é remota de se tratar da moça: “temos que colocar o preto no branco e solucionar tudo para que não haja dúvidas no futuro”, explicou.

Novos cartazes foram confeccionados e espalhados por toda a cidade e em outros estados. Parentes da jovem continuam esperançosos de que ela será encontrada com vida.

MOBILIZAÇÃO

Em maio deste ano, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que possui mais de seis milhões de clientes, trouxe duas fotos nas contas de energia, sendo uma delas de Jeniffer Karinne, com nome, idade, data e local do desaparecimento.

A Cemig aderiu à campanha “Volta”, do Governo Estadual, há dois anos, em parceria com a Delegacia Especializada na Localização de Pessoas Desaparecidas, da Polícia Civil de Minas Gerais. Todos os meses são divulgadas duas fotos nas contas, que circulam em mais de 90% dos municípios do estado.

O apoio foi recebido com muita satisfação por Carlos Antônio Teixeira e Márcia de Aguiar Teixeira, pais da vítima, que não sabem mais a quem recorrer para ter alguma notícia sobre sua filha.

Qualquer informação sobre o paradeiro de Jeneffer Karinne deve ser repassada através dos telefones 197 ou 3241-2296.

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