Nas ondas do rádio AM
De Clarice Monteiro no jornal Correio de Uberlândia, hoje:
Os recados de um ouvinte para outro ocupavam horas da programação diária das rádios AM, há cerca de três décadas. O serviço, prestado principalmente por emissoras de cidades de menor porte, perdeu espaço diante dos avanços da comunicação, como o telefone celular e as ferramentas da internet, mas continua vivo e, para muitas comunidades, ainda é a única forma de saber que um parente passou no vestibular ou que o filho dele nasceu, por exemplo.
Em Araguari e Ituiutaba, cidades do Triângulo Mineiro com 111 mil e 96 mil habitantes respectivamente, os locutores das rádios com maior audiência afirmam que os avisos são variados. “Os recados são para marcação de consultas, avisar que fulano faleceu e será sepultado em determinado dia, que o filho de fulana nasceu, que documentos estão prontos, beltrano chega tal dia ou que a criança vai passar o fim de semana na fazenda e alguém deve buscar no local combinado”, disse o Luiz Humberto Borges, locutor da Rádio Araguari AM 930.
A professora Letícia Romão, de 28 anos, é ouvinte assídua e utiliza a rádio para mandar avisos para a prima e para o namorado, que moram na comunidade de Barreirão, a 30 quilômetros de Araguari. Segundo ela, o sinal de celular é ruim no local, diferentemente da rádio, que funciona perfeitamente. “Sempre dá certo. Mando os recados e, logo depois, minha prima me liga do distrito de Florestina dizendo que recebeu. É como mantemos contato.” Leia mais...
O rádio é a fonte de todas nossas mazelas e satisfações. É alguém que fala o que quer, quando quer, como quer e pouco ou nada ouve.
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