Dez mulheres morrem por dia vítimas da violência
De Thaíne Belissa no jornal O Tempo, hoje:
Amor e ódio. As duas palavras que formavam a senha do computador de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, são também o resumo de sua própria história. Mas a devastadora mistura desses dois sentimentos tem feito muitas outras vítimas em todo o país. Longe dos corredores da fama e das câmeras de televisão, milhares de "Elizas" sofrem agressões e são assassinadas no silêncio de seu anonimato.
Segundo o estudo Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Sangari, durante um período de dez anos (1997 a 2007) ocorreram dez assassinatos de mulheres por dia no país. O índice é de 4,2 mortes por 100 mil habitantes, uma média acima do padrão internacional.
O número de denúncias de agressões às brasileiras também é alto. A Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM) registrou 271.719 atendimentos, de janeiro a maio de 2010, o que significa um aumento de 95,5% em relação aos primeiros cinco meses de 2009. Em Minas Gerais, o número de denúncias cresceu 300% no mês de junho, em comparação a maio, segundo a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social (Seds).
Para a subsecretária de enfrentamento da violência contra mulher da SPM, Aparecida Gonçalves, a legislação de proteção é avançada no país. No entanto, ela acredita que ainda existem brechas na abordagem das vítimas. "Um dos problemas enfrentados pelas mulheres agredidas é o preconceito das autoridades que as recebem durante a ocorrência. Muitos relatos são tratados como exagero. Isso vem de uma cultura machista, onde a mulher é vista como fofoqueira ou histérica", afirma. Leia mais...
Em mulher não se bate nem com uma flor, mas em homens bate-se com um galho espinhento.
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