Lula na liberação da ordem de serviço para a duplicação da BR-050: "Ô Dulci, pega isso aí para a gente estudar o pedido do prefeito de Catalão"
Leia a íntegra do Discurso do Presidente Lula, durante cerimônia em Uberlândia, nesta segunda-feira (14), para inaugurações de obras e ordens de início e licitações de rodovias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Minas Gerais:
"Bem, primeiro dizer uma coisa. Quando a maré está boa, tem um momento na vida da gente em que a gente diz o seguinte: em casa que não tem pão todo mundo briga e ninguém tem razão. Eu estou aqui, em Minas Gerais, entregando uma quantidade de obras e recebo um bilhetinho, assim, dizendo: “Presidente, com mais 33 quilômetros de rodovia, o senhor duplica da divisa de Minas com Goiás até a cidade de Catalão. Velomar, prefeito de Catalão”, que veio aqui, a Minas Gerais, pegar uma boquinha. Mas, de qualquer forma, ô Dulci [Luiz Dulci, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República], pega isso aqui para a gente estudar o pedido do Prefeito de Catalão.
Bem, eu quero, primeiro, cumprimentar o companheiro Marcio Fortes, ministro das Cidades, e o companheiro Luiz Dulci, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Quero cumprimentar o ex-ministro, companheiro e senador Hélio Costa,
Quero cumprimentar os deputados federais – que tanto nos ajudam em Brasília – Elismar Prado e Gilmar Machado,
Quero cumprimentar o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, na pessoa de quem cumprimento os prefeitos aqui presentes,
Quero cumprimentar o companheiro Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit,
Quero cumprimentar o Darci Miranda, nosso querido Timbó, na pessoa de quem cumprimento todos os trabalhadores das obras rodoviárias do PAC em Minas Gerais,
Quero também cumprimentar o nosso querido ministro Paulo Sérgio Passos, que está na região de Patos de Minas,
Quero cumprimentar a senhora Maria Beatriz Savassi, prefeita de Patos,
Quero cumprimentar o companheiro Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, que está na cidade de Guaxupé, falando para toda a região.
Também cumprimentar o Roberto Vieira, prefeito de Guaxupé,
Quero cumprimentar também os companheiros que estão em Curvelo, fazendo uma visita e entrega de obra na região de Curvelo,
O nosso companheiro Luiz Antonio Pagot, diretor-Presidente do Dnit,
E o nosso companheiro José Maria Penna Silva, prefeito de Curvelo,
Quero também cumprimentar os deputados que estão lá com os nossos Ministros,
E quero dizer também que, além dessas obras todas, já foi feito vestibular para os estudantes... Vai fazer o vestibular para que o pessoal comece, no ano que vem, com as duas extensões universitárias em Monte Carmelo e Patos de Minas.
Bem, o fato de falar por último é bom quando tem dois oradores. Mas, depois de você ouvir quatro prefeitos, ouvir dois ministros, o Presidente do Dnit, ouvir o Hideraldo, falando das mesmas obras, eu só tenho um número que eu quero que vocês registrem.
O nosso companheiro Hideraldo disse que, quando nós assumimos o governo, nós tínhamos apenas R$ 1 bilhão para fazer obras em todo o território nacional – R$ 1 bilhão para 8,5 bilhões de quilômetros quadrados. Hoje nós estamos anunciando [R$] 2 bilhões e 700 milhões apenas para uma parte do território do estado de Minas Gerais, uma pequena parte.
Eu penso, companheiros prefeitos e companheiros que vieram a esta solenidade, que está ficando cada vez mais visível que as coisas no Brasil estão mudando. Nós saímos de uma fase de encruamento, uma fase em que a gente praticamente não podia fazer absolutamente nada, porque não tinha dinheiro para fazer nada. Uma fase que tinha sido paralisada, em 1979, com o fim do governo Geisel. O Geisel foi o último Presidente da República, de [19]75 a [19]79, que fez investimentos em obras de infraestrutura. Setenta e cinco a [19]79 ou é [19]75 a [19]80? A [19]80. O último presidente que investiu em infraestrutura e, naquela época, o dólar estava muito barato, se tomou muito dinheiro emprestado, então, o Geisel fez grandes programas de investimento. Um deles, para a gente não esquecer, é o Proálcool, o Proálcool que começou exatamente nessa época de [19]75.
Pois bem, só que dinheiro emprestado, quando você toma, você tem que pagar. Se você não controla a taxa de juros, você fica a mercê de quem controla. E o que aconteceu com a nossa dívida externa? A gente tinha contraído uma dívida muito grande, tínhamos feito muitas obras, mas o dólar, que é a moeda americana, para resolver um problema de déficit fiscal americano, o que eles fizeram? Nós tínhamos tomado o dólar emprestado a 3% ao ano e esse dólar passou, foi para 21% de juros ao ano, e ficou praticamente impagável. A minha geração política, a do Zaire Rezende, passou metade da nossa vida gritando, nas faixas nas ruas: “Fora FMI. Fora FMI”, porque a gente não podia pagar a dívida do FMI.
Eu falo sem maldade, porque eu acredito que todos os presidentes queriam fazer muitas obras. Eu acho que todo presidente gostaria de fazer grandes obras. Mas a verdade é que todos eles que vieram antes de mim, depois do presidente Geisel, que tinha endividado o país... nem o Figueiredo, nem o presidente Sarney, nem o Fernando Henrique Cardoso, nem o Itamar, nem o Collor conseguiram fazer grandes obras, porque o Estado estava quebrado e a gente vivia por conta de pagar a nossa dívida ao FMI.
Eu vou dar um dado para vocês: a Ferrovia Norte-Sul começou em 1987 – eu era deputado constituinte quando o presidente Sarney anunciou a Ferrovia Norte-Sul –, passou todo o governo Sarney, passou todo o governo Collor, passou o governo Itamar, passou todo o governo Fernando Henrique Cardoso, em 17 anos eles fizeram 215 quilômetros daquela ferrovia. Nós, em oito anos, vamos fazer 1.500 quilômetros daquela Ferrovia Norte-Sul. Vamos anunciar, no PAC 2, o projeto ligando Anápolis até Estrela d’Oeste, em São Paulo, para a pessoa, Hélio, sair do Porto de Itaqui, no Maranhão, chegar ao Porto de Santos de trem. Nós vamos construir como se fosse uma espécie de espinha de peixe, com rodovias, ferrovias e hidrovias transversais, para que a gente possa fazer com que o Brasil tenha um sistema intermodal de transporte que coloque o Brasil de forma mais competitiva no mundo.
A segunda coisa importante, companheiros, é que o país também não tinha crédito, o país também não tinha crédito. Só para vocês terem noção de como era difícil a questão do crédito, o Brasil inteiro, para cuidar de 190 milhões de brasileiros que precisavam de crédito, o Brasil só tinha R$ 380 bilhões de crédito, ou seja, era um país que não tinha muito dinheiro em circulação para emprestar para as pessoas. Nós saímos de R$ 380 bilhões de crédito para R$ 1,5 trilhão de crédito neste ano, ou seja, saímos de 20% de crédito para 45% de crédito do PIB brasileiro.
Eu vou dar um outro exemplo muito prático: o Banco do Nordeste. O Banco do Nordeste, em 2002, só tinha emprestado R$ 262 milhões e teve uma inadimplência de 37%. Eu fui agora lá: no ano passado, ele, que tinha emprestado apenas R$ 262 milhões, emprestou R$ 22 bilhões e a inadimplência caiu para 3,3%, em uma demonstração de que na hora em que você empresta para mais gente as pessoas pagam.
Eu vou dar um outro exemplo: nós emprestamos R$ 1,3 bilhão para 1 milhão de pessoas, para pequeno produtor. E sabe o que aconteceu? A inadimplência é quase zero, porque pobre só tem como patrimônio a cara dele e o nome, e o pobre gosta de pagar.
Bem, aqui nós estamos falando de construção civil. A Caixa Econômica, em 2002, a Caixa Econômica emprestou, para financiar casa, apenas R$ 5 bilhões. No ano passado, ela emprestou R$ 47 bilhões e este ano vai emprestar R$ 55 bilhões.
Eu poderia, eu poderia, Odelmo, avocar você, e qualquer prefeito, de qualquer partido político, e eu tenho certeza que os prefeitos que governaram as suas cidades antes de eu chegar à Presidência da República comeram o pão que o diabo amassou. Eu tenho a certeza de que os prefeitos sofreram muito. O Zaire está aqui, o Zaire participava de uma Marcha de Prefeitos para ir para Brasília. Em vez de o Presidente recebê-los era a polícia e cão pastor alemão que recebiam os prefeitos. Ninguém gostava de receber prefeito. Por que não gostavam de receber prefeito? Porque o prefeito ia lá reivindicar. E para que eu vou atender prefeito, então?
O que eu fiz? Vou terminar o meu mandato, e eu participei, com exceção de 2006, eu participei de todas as Marchas dos Prefeitos feitas neste país. Eu e todo o meu governo. A gente ia lá, em 19 ou 20 ministros, ouvia os prefeitos, atendia parte daquilo que a gente podia atender, aquilo que não podia atender nós falávamos que não dava para atender, mas nós criamos uma relação civilizada. Eu nunca perguntei para o prefeito de qualquer cidade de que partido que ele era. Não me interessa saber, o que me interessa é saber que ele é o prefeito e é representante do povo porque foi eleito.
Então, este país, este país mudou, e mudou, e não vai parar de mudar. Vocês estão lembrados que, em 2003, eu disse no meu discurso de posse: “Eu, primeiro, vou fazer apenas o necessário. Depois, eu vou fazer o possível. E quando a gente menos imaginar, nós estaremos fazendo o impossível”. Vocês vejam que várias obras que foram inauguradas hoje, que várias obras em que foram dadas ordens de serviço, os prefeitos das cidades que falaram é que falaram: “Eu não acreditava que fosse possível acontecer essa obra”.
Vejam, aconteceu tanta coisa neste país que eu, com apenas oito anos de mandato, já sou o presidente da República que mais fez universidades no Brasil e que mais fez escolas técnicas neste país. Então, é uma coisa, é uma coisa que me orgulha. Além da criação do ProUni, que já colocou 706 [mil] jovens na universidade, 706 mil jovens da periferia. Este ano, eu vou entregar os primeiros 540 diplomas de medicina para alunos pobres da periferia que chegaram à universidade neste país. Nós, em oito anos, Zaire, em oito anos, nós fizemos uma vez e meia [a quantidade] de escolas técnicas, de tudo o que foi feito no Brasil em 93 anos.
Portanto, eu acho que o Brasil se encontrou consigo mesmo. Hoje, nós gostamos mais de ser brasileiros, nós não nos achamos mais inferiores a ninguém, nós achamos que somos todos iguais, não tem essa de porque ser americano e europeu é melhor do que nós. Não tem ninguém melhor, pode ter igual. Nós gostamos de nós como nós somos, com os nossos defeitos, com as nossas virtudes, e podem ficar certos de que daqui a seis ou sete anos o Brasil será a quinta economia do mundo. Quando se pensar em produzir alimento para sustentar os pobres que estão comendo, chineses, indianos e africanos, não tem país do mundo que tem a quantidade de terra agricultável que tem o Brasil; não tem país do mundo que tenha o controle da tecnologia da agricultura tropical que tem o Brasil, através da Embrapa; não tem país do mundo que tenha a combinação de sol e chuva promovendo a fotossíntese que a agricultura precisa para sobreviver.
Portanto, é com muito orgulho, Prefeito, é com muito orgulho, Senador, é com muito orgulho, companheiros, que eu estou em Uberlândia, nesta cidade maravilhosa, nesta cidade extraordinária. Acho que eu não preciso dizer para vocês a importância do Sul de Minas, eu não preciso dizer para vocês a importância do Triângulo Mineiro, eu não sou obrigado a repetir para vocês o que essa região importa economicamente e culturalmente para o nosso país. Portanto, tudo o que nós estamos fazendo, tudo o que foi anunciado pelos ministros não é nenhum favor do governo federal a Uberlândia, é que Uberlândia merece, porque o povo daqui trabalha, paga imposto e nós temos que devolver o imposto em forma de benefícios.
Quero, então, agradecer a vocês. Espero que todos vocês estejam muito otimistas com a possibilidade de o Brasil, amanhã, ganhar da Coreia – ganhar e ganhar bem, ganhar e ganhar bem – e que a gente possa estar, no dia 11 de julho, lá na África do Sul, para trazer mais um caneco para o nosso time.
Gente, eu não posso falar de campanha, eu não posso falar de candidato. Eu só quero dizer para vocês: um grande abraço, que Deus abençoe todos vocês".
"Bem, primeiro dizer uma coisa. Quando a maré está boa, tem um momento na vida da gente em que a gente diz o seguinte: em casa que não tem pão todo mundo briga e ninguém tem razão. Eu estou aqui, em Minas Gerais, entregando uma quantidade de obras e recebo um bilhetinho, assim, dizendo: “Presidente, com mais 33 quilômetros de rodovia, o senhor duplica da divisa de Minas com Goiás até a cidade de Catalão. Velomar, prefeito de Catalão”, que veio aqui, a Minas Gerais, pegar uma boquinha. Mas, de qualquer forma, ô Dulci [Luiz Dulci, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República], pega isso aqui para a gente estudar o pedido do Prefeito de Catalão.
Bem, eu quero, primeiro, cumprimentar o companheiro Marcio Fortes, ministro das Cidades, e o companheiro Luiz Dulci, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Quero cumprimentar o ex-ministro, companheiro e senador Hélio Costa,
Quero cumprimentar os deputados federais – que tanto nos ajudam em Brasília – Elismar Prado e Gilmar Machado,
Quero cumprimentar o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, na pessoa de quem cumprimento os prefeitos aqui presentes,
Quero cumprimentar o companheiro Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit,
Quero cumprimentar o Darci Miranda, nosso querido Timbó, na pessoa de quem cumprimento todos os trabalhadores das obras rodoviárias do PAC em Minas Gerais,
Quero também cumprimentar o nosso querido ministro Paulo Sérgio Passos, que está na região de Patos de Minas,
Quero cumprimentar a senhora Maria Beatriz Savassi, prefeita de Patos,
Quero cumprimentar o companheiro Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, que está na cidade de Guaxupé, falando para toda a região.
Também cumprimentar o Roberto Vieira, prefeito de Guaxupé,
Quero cumprimentar também os companheiros que estão em Curvelo, fazendo uma visita e entrega de obra na região de Curvelo,
O nosso companheiro Luiz Antonio Pagot, diretor-Presidente do Dnit,
E o nosso companheiro José Maria Penna Silva, prefeito de Curvelo,
Quero também cumprimentar os deputados que estão lá com os nossos Ministros,
E quero dizer também que, além dessas obras todas, já foi feito vestibular para os estudantes... Vai fazer o vestibular para que o pessoal comece, no ano que vem, com as duas extensões universitárias em Monte Carmelo e Patos de Minas.
Bem, o fato de falar por último é bom quando tem dois oradores. Mas, depois de você ouvir quatro prefeitos, ouvir dois ministros, o Presidente do Dnit, ouvir o Hideraldo, falando das mesmas obras, eu só tenho um número que eu quero que vocês registrem.
O nosso companheiro Hideraldo disse que, quando nós assumimos o governo, nós tínhamos apenas R$ 1 bilhão para fazer obras em todo o território nacional – R$ 1 bilhão para 8,5 bilhões de quilômetros quadrados. Hoje nós estamos anunciando [R$] 2 bilhões e 700 milhões apenas para uma parte do território do estado de Minas Gerais, uma pequena parte.
Eu penso, companheiros prefeitos e companheiros que vieram a esta solenidade, que está ficando cada vez mais visível que as coisas no Brasil estão mudando. Nós saímos de uma fase de encruamento, uma fase em que a gente praticamente não podia fazer absolutamente nada, porque não tinha dinheiro para fazer nada. Uma fase que tinha sido paralisada, em 1979, com o fim do governo Geisel. O Geisel foi o último Presidente da República, de [19]75 a [19]79, que fez investimentos em obras de infraestrutura. Setenta e cinco a [19]79 ou é [19]75 a [19]80? A [19]80. O último presidente que investiu em infraestrutura e, naquela época, o dólar estava muito barato, se tomou muito dinheiro emprestado, então, o Geisel fez grandes programas de investimento. Um deles, para a gente não esquecer, é o Proálcool, o Proálcool que começou exatamente nessa época de [19]75.
Pois bem, só que dinheiro emprestado, quando você toma, você tem que pagar. Se você não controla a taxa de juros, você fica a mercê de quem controla. E o que aconteceu com a nossa dívida externa? A gente tinha contraído uma dívida muito grande, tínhamos feito muitas obras, mas o dólar, que é a moeda americana, para resolver um problema de déficit fiscal americano, o que eles fizeram? Nós tínhamos tomado o dólar emprestado a 3% ao ano e esse dólar passou, foi para 21% de juros ao ano, e ficou praticamente impagável. A minha geração política, a do Zaire Rezende, passou metade da nossa vida gritando, nas faixas nas ruas: “Fora FMI. Fora FMI”, porque a gente não podia pagar a dívida do FMI.
Eu falo sem maldade, porque eu acredito que todos os presidentes queriam fazer muitas obras. Eu acho que todo presidente gostaria de fazer grandes obras. Mas a verdade é que todos eles que vieram antes de mim, depois do presidente Geisel, que tinha endividado o país... nem o Figueiredo, nem o presidente Sarney, nem o Fernando Henrique Cardoso, nem o Itamar, nem o Collor conseguiram fazer grandes obras, porque o Estado estava quebrado e a gente vivia por conta de pagar a nossa dívida ao FMI.
Eu vou dar um dado para vocês: a Ferrovia Norte-Sul começou em 1987 – eu era deputado constituinte quando o presidente Sarney anunciou a Ferrovia Norte-Sul –, passou todo o governo Sarney, passou todo o governo Collor, passou o governo Itamar, passou todo o governo Fernando Henrique Cardoso, em 17 anos eles fizeram 215 quilômetros daquela ferrovia. Nós, em oito anos, vamos fazer 1.500 quilômetros daquela Ferrovia Norte-Sul. Vamos anunciar, no PAC 2, o projeto ligando Anápolis até Estrela d’Oeste, em São Paulo, para a pessoa, Hélio, sair do Porto de Itaqui, no Maranhão, chegar ao Porto de Santos de trem. Nós vamos construir como se fosse uma espécie de espinha de peixe, com rodovias, ferrovias e hidrovias transversais, para que a gente possa fazer com que o Brasil tenha um sistema intermodal de transporte que coloque o Brasil de forma mais competitiva no mundo.
A segunda coisa importante, companheiros, é que o país também não tinha crédito, o país também não tinha crédito. Só para vocês terem noção de como era difícil a questão do crédito, o Brasil inteiro, para cuidar de 190 milhões de brasileiros que precisavam de crédito, o Brasil só tinha R$ 380 bilhões de crédito, ou seja, era um país que não tinha muito dinheiro em circulação para emprestar para as pessoas. Nós saímos de R$ 380 bilhões de crédito para R$ 1,5 trilhão de crédito neste ano, ou seja, saímos de 20% de crédito para 45% de crédito do PIB brasileiro.
Eu vou dar um outro exemplo muito prático: o Banco do Nordeste. O Banco do Nordeste, em 2002, só tinha emprestado R$ 262 milhões e teve uma inadimplência de 37%. Eu fui agora lá: no ano passado, ele, que tinha emprestado apenas R$ 262 milhões, emprestou R$ 22 bilhões e a inadimplência caiu para 3,3%, em uma demonstração de que na hora em que você empresta para mais gente as pessoas pagam.
Eu vou dar um outro exemplo: nós emprestamos R$ 1,3 bilhão para 1 milhão de pessoas, para pequeno produtor. E sabe o que aconteceu? A inadimplência é quase zero, porque pobre só tem como patrimônio a cara dele e o nome, e o pobre gosta de pagar.
Bem, aqui nós estamos falando de construção civil. A Caixa Econômica, em 2002, a Caixa Econômica emprestou, para financiar casa, apenas R$ 5 bilhões. No ano passado, ela emprestou R$ 47 bilhões e este ano vai emprestar R$ 55 bilhões.
Eu poderia, eu poderia, Odelmo, avocar você, e qualquer prefeito, de qualquer partido político, e eu tenho certeza que os prefeitos que governaram as suas cidades antes de eu chegar à Presidência da República comeram o pão que o diabo amassou. Eu tenho a certeza de que os prefeitos sofreram muito. O Zaire está aqui, o Zaire participava de uma Marcha de Prefeitos para ir para Brasília. Em vez de o Presidente recebê-los era a polícia e cão pastor alemão que recebiam os prefeitos. Ninguém gostava de receber prefeito. Por que não gostavam de receber prefeito? Porque o prefeito ia lá reivindicar. E para que eu vou atender prefeito, então?
O que eu fiz? Vou terminar o meu mandato, e eu participei, com exceção de 2006, eu participei de todas as Marchas dos Prefeitos feitas neste país. Eu e todo o meu governo. A gente ia lá, em 19 ou 20 ministros, ouvia os prefeitos, atendia parte daquilo que a gente podia atender, aquilo que não podia atender nós falávamos que não dava para atender, mas nós criamos uma relação civilizada. Eu nunca perguntei para o prefeito de qualquer cidade de que partido que ele era. Não me interessa saber, o que me interessa é saber que ele é o prefeito e é representante do povo porque foi eleito.
Então, este país, este país mudou, e mudou, e não vai parar de mudar. Vocês estão lembrados que, em 2003, eu disse no meu discurso de posse: “Eu, primeiro, vou fazer apenas o necessário. Depois, eu vou fazer o possível. E quando a gente menos imaginar, nós estaremos fazendo o impossível”. Vocês vejam que várias obras que foram inauguradas hoje, que várias obras em que foram dadas ordens de serviço, os prefeitos das cidades que falaram é que falaram: “Eu não acreditava que fosse possível acontecer essa obra”.
Vejam, aconteceu tanta coisa neste país que eu, com apenas oito anos de mandato, já sou o presidente da República que mais fez universidades no Brasil e que mais fez escolas técnicas neste país. Então, é uma coisa, é uma coisa que me orgulha. Além da criação do ProUni, que já colocou 706 [mil] jovens na universidade, 706 mil jovens da periferia. Este ano, eu vou entregar os primeiros 540 diplomas de medicina para alunos pobres da periferia que chegaram à universidade neste país. Nós, em oito anos, Zaire, em oito anos, nós fizemos uma vez e meia [a quantidade] de escolas técnicas, de tudo o que foi feito no Brasil em 93 anos.
Portanto, eu acho que o Brasil se encontrou consigo mesmo. Hoje, nós gostamos mais de ser brasileiros, nós não nos achamos mais inferiores a ninguém, nós achamos que somos todos iguais, não tem essa de porque ser americano e europeu é melhor do que nós. Não tem ninguém melhor, pode ter igual. Nós gostamos de nós como nós somos, com os nossos defeitos, com as nossas virtudes, e podem ficar certos de que daqui a seis ou sete anos o Brasil será a quinta economia do mundo. Quando se pensar em produzir alimento para sustentar os pobres que estão comendo, chineses, indianos e africanos, não tem país do mundo que tem a quantidade de terra agricultável que tem o Brasil; não tem país do mundo que tenha o controle da tecnologia da agricultura tropical que tem o Brasil, através da Embrapa; não tem país do mundo que tenha a combinação de sol e chuva promovendo a fotossíntese que a agricultura precisa para sobreviver.
Portanto, é com muito orgulho, Prefeito, é com muito orgulho, Senador, é com muito orgulho, companheiros, que eu estou em Uberlândia, nesta cidade maravilhosa, nesta cidade extraordinária. Acho que eu não preciso dizer para vocês a importância do Sul de Minas, eu não preciso dizer para vocês a importância do Triângulo Mineiro, eu não sou obrigado a repetir para vocês o que essa região importa economicamente e culturalmente para o nosso país. Portanto, tudo o que nós estamos fazendo, tudo o que foi anunciado pelos ministros não é nenhum favor do governo federal a Uberlândia, é que Uberlândia merece, porque o povo daqui trabalha, paga imposto e nós temos que devolver o imposto em forma de benefícios.
Quero, então, agradecer a vocês. Espero que todos vocês estejam muito otimistas com a possibilidade de o Brasil, amanhã, ganhar da Coreia – ganhar e ganhar bem, ganhar e ganhar bem – e que a gente possa estar, no dia 11 de julho, lá na África do Sul, para trazer mais um caneco para o nosso time.
Gente, eu não posso falar de campanha, eu não posso falar de candidato. Eu só quero dizer para vocês: um grande abraço, que Deus abençoe todos vocês".
Deve-se ir duplicando a BR até Brasília, mas ninguém fica em Brasília e, com mais uma via de saída, é que ninguém fica mesmo.
ResponderExcluirBom sinal, quando o prefeito trabalho. Nem que seja através de bilhetes.
ResponderExcluirErrata: na pressa da digitação, errei uma vogal.
ResponderExcluir"Bom sinal, quando o prefeito trabalha. Nem que seja através de bilhetes."
Já passou da hora de duplicar todas as BR's. Além da quantidade de mortes todos os dias essas estradas, com muito trânsito e buracos, obrigam o motorista a ter atenção redobrada e isso gera cansaço e perigo constante, tornando a viagem estressante. As duplicadas, além de facilitar o transporte e melhorar o turismo, tornam a viagem um passeio. Infelizmente, devido à quebradeira dos estados, logo virão os pedágios, para o bem e para o mal.
ResponderExcluirA reportagem destacou a atuação do prefeito de Catalão, mesmo que de modo oportunista, mas reflete a obstinação dele, aliás, bem antiga, lutando pela continuação da duplicação da BR 050 até depois da divisa. Deve servir de exemplo para todos os políticos que deveriam ter uma bandeira de luta que os identifique, uma estratégia de longo prazo para o progresso das cidades (inclusive Goiandira). Nesse caso, certamente a industrialização de Catalão começou a exigir qualidade nos meios de locomoção de pessoas e escoamento da produção, que faz disso outro argumento em defesa da duplicação, além do conforto para os viajantes, pressionando os políticos para agirem e redirecionar recursos. O Raul Belém, que também defendeu a duplicação, fez seu trabalho em época que não estava estampado o gargalo da deficiência de infra-estrutura que eleva o custo Brasil, o preço de mercadorias e exportações. Dessa forma, agora a duplicação faz parte de política de Governo. Além disso, na época dele existiam BR’s com maior nível de tráfego, a exemplo da Rio-Bahia, São Paulo-Curitiba, que nem se comparava com o nível de demanda pela duplicação como ocorria na Uberlândia-Araguari. Com o aumento do número de veículos o nível dessa demanda ficou escancarado na maior parte das BR’s.
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