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Tese de doutorado resulta em documentário sobre Grande Otelo

Trabalho é resultado de uma pesquisa de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da UFU         

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Por HERMON DOURADO - Fruto de 15 anos de pesquisas e de um minucioso trabalho de produção e edição que durou aproximadamente 14 meses, o vídeo-documentário “De Grande Otelo para Sebastião” terá sua pré-estreia no próximo sábado, 15/10, às 19h30, no Museu Universitário de Arte (MunA), em uma sessão especial para participantes do filme, colaboradores, amigos e familiares dos responsáveis pelo trabalho e a mídia em geral. Com aproximadamente 40 minutos de duração, o vídeo-documentário é um desdobramento da tese de doutorado de Tadeu Pereira dos Santos, intitulada "Entre Grande Otelo e Sebastião: tramas, representações e memórias" e apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia (PPGHI/UFU), com a orientação da professora Maria Clara Tomaz Machado. A produção foi assinada por Nara Sbreebow e realizada em parceria com a Fundação Rádio e Televisão Educativa de Uberlândia (RTU) e a Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU).

De acordo com o autor, o lançamento do vídeo-documentário para o grande público ocorrerá em dois eventos, sendo o primeiro deles no Teatro Rondon Pacheco, no dia 20 de novembro. "O segundo será mais voltado ao público acadêmico e ocorrerá no dia 28 de novembro, como parte da programação do 'Encontro Diversidade Religiosidade Afro-brasileira, Gênero e Preservação Cultural', que será promovido pelo projeto de extensão Mulheres de Fé e de Festa, coordenado pelo professor Cairo Mohamad Ibrahim Katrib, da Faculdade de Educação (Faced/UFU) e coordenador de Conteúdos da Dirco".

Sinopse

A tese é sobre Sebastião, muitas vezes reduzido ao personagem Grande Otelo, que simboliza o seu fazer público, enquanto ator, destituindo-o da sua condição de sujeito que se constitui ao longo do século XX. Isto é, o seu vir-a-ser, num fluído fazer temporal, é sintetizado em Grande Otelo, o qual, apresentado como Sebastião, silencia os seus plurais elementos identitários. Assim, as múltiplas experiências desse sujeito se fazem suporte do imaginário que mantém viva sua memória como Grande Otelo.

O seu dimensionamento público, objeto de mercado, conduz à esfera cômica, como produto cultural, num apagamento do homem que lutava pela sua sobrevivência. A diversidade de suas experiências, embora a maioria delas no espaço das artes do país, não deveria reduzi-lo à condição de homem das artes, mas dotá-lo de atributos que acentuem a sua humanidade enquanto cidadão brasileiro. Assim, Sebastião, paulatinamente, a partir das suas vivências em Uberlândia, São Paulo e Rio de Janeiro, revela como foi se constituindo um negro, homem, ator, filho, pai, umbandista, compositor, músico, apresentador, dentre outras vivências que dotam de sentido o seu ser social, do nascimento à morte.

Tomando como base a tese, o vídeo-documentário foi construído com o propósito de colocar em pauta a humanização de Sebastião Bernardes de Souza Prata, mais conhecido como Grande Otelo. Assim, a narrativa fílmica culmina num deslocamento de Grande Otelo para Sebastião.  Desse modo, suas memórias públicas vão conferido sentido ao modo como as diversas pessoas o lembram, dando lugar a um novo olhar sobre o Sebastião, enquanto homem social.

A memória foi tomada como fio condutor do enredo, que liga as diversas linguagens (depoimentos, animação de entrevistas, músicas, jornais, revistas, poemas, atuações cênicas), permitindo aos telespectadores reavivar lembranças públicas presentes no cotidiano da cidade, das participações no cinema e teatro e, ao mesmo tempo, apresenta outras memórias desse sujeito social, desconhecidas do público, as quais não apenas nos ajudam a perceber a complexidade de suas experiências, mas problematizar questões referentes ao racismo e o preconceito social, tão em voga no nosso tempo.

Fonte: www.comunica.ufu.br

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