Golpe linguístico. Por Inocêncio Nóbrega
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Jornalista
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O idioma de Portugal aqui aportou através das expressões fonéticas e epistolares dos navegadores e colonizadores, já nele incorporados inúmeros termos latinos, gregos, árabes, espanhóis, italianos, franceses e ingleses, os quais lhe servem de alicerce. Não só, as ferramentas necessárias (sufixos e infixos) para construção de outros. Logo nos primeiros contatos com os nossos tupiniquins ele foi perdendo sua originalidade ao absorver e praticar o vocabulário tupi-guarani. Mais adiante, a influência do elemento africano foi fundamental na composição de novas versões idiomáticasdo dia a dia nas interações de uma sociedade nascente.
As manchetes e noticiários o produzem com muita empáfia, repetidos em coro pelos políticos e parlamentares, de todos os matizes. A questão, aqui, não é só cicatrizar a fratura constitucional contra a presidente do Brasil, mas, também, um segundo golpe, a “yankeenização” de uma palavra, a rigor igualmente uma prática criminosa. Seu contínuo e maciço emprego não deixa de incomodar a quantos defendem um linguajar nacional, mesmo com suas gírias regionais e incorreções gramaticais, contudo autóctone. Isso ocorre pela acomodação e ausência de brasilidade de setores governamentais pertinentes e dos fardões de nossas Academias de Letras. Houve, sim, preocupação, talvez isolada, do deputado estadual gaúcho Raul Carrion (PCdoB), em legislatura passada, mas não tenho ciência de que respectivo Projeto-de-lei foi sancionado pelo então governador Tasso Genro. A intenção é de obrigar a tradução de termos estrangeiros para o português.
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