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Nas dobras do tempo

Neiton de Paiva Neves
Artigo publicado originalmente no jornal
Botija Parda, edição do dia 27/12/2012.


    A coluna deste jornal (Botija Parda) que registra os fatos ocorridos há 30 anos presta um grande serviço, resgatando episódios da história e seus personagens,  que a inexorável passagem dos anos apaga da memória das pessoas, sem falar que os mais jovens sequer lembrança deles tem.

    História, para muitos apenas o que já foi e passou e, portanto, sem nenhuma importância,  é um processo permanente, vivo, em construção hoje, como foi ontem e será amanhã.

    Há 30 anos, nas eleições gerais de 1982, Tancredo Neves foi eleito governador de Minas; Hélio Garcia, vice-governador; Itamar Franco, Senador; Raul Belém, deputado federal; Milton Lima, deputado estadual; eu, prefeito de Araguari, e Luiz Alberto vice-prefeito.

    Um dia, pretendo comentar a memorável campanha e detalhes daquele episódio eleitoral, ainda restritos.

    Hoje, falo das “dobras do tempo”, expressão que vem da ficção científica e da filosofia e, de forma discricionária e simbólica, uso para dar a entender que o tempo passado se conecta com o tempo presente e este com o tempo futuro, e vice-versa.

    Eleito em novembro de 1882, tomei posse no primeiro dia de fevereiro de 1983 e fui prefeito até 31 de dezembro de 1988. Por essa razão, sendo parte da história e ainda seu agente, serei presença compulsória e constante na coluna deste jornal nos próximos seis anos, e cada ano de meu tempo como prefeito será notícia na página que evoca o acontecido 30 anos  atrás.

    Isso me faz lembrar o meu discurso de posse, no qual estabeleci metas, métodos e princípios, em síntese dizendo:
     “... não almejamos, por saber impossível, a unanimidade no plano das ideias, embora estejamos seguros de que teremos a unanimidade no plano moral.

    A todos convoco para que sejam parceiros na tarefa que temos pela frente.

    Endereço meu apelo às pessoas de coração jovem, seja qual for a sua idade; aos de espírito intrépido e aberto, seja qual for o seu partido; a todos que atendem ao apelo das Escrituras: “Sê forte e corajoso; não tenham medo, não percam o ânimo”.

    Nestes próximos seis anos muito trabalho nos espera e para mim, homem de berço humilde, criado na simplicidade, sem a tradição do privilégio e as facilidades da riqueza, ocupar a Prefeitura de Araguari, só é possível pela generosidade de meus conterrâneos.

    Coragem, critério, integridade e dedicação são as qualidades que desejamos imprimir à nossa administração. “E são essas as qualidades que, com ajuda de Deus, este filho do Alto do Querosene espera caracterizem a gestão de nosso governo nos seis anos à nossa frente”.(...)

    Pois bem, 30 anos passados desde então,  eu como prefeito, e a excelente equipe que esteve comigo,  fomos julgados, absolvidos e/ou condenados e/ou ignorados, e nosso livro foi escrito e acabado.

    Agora, na “dobra do tempo”, três décadas depois, eleito em novembro passado, o novo prefeito, Raul José de Belém, o Raulzinho, filho de meu querido e saudoso amigo e companheiro, Raul Belém, tomará posse em janeiro de 2013.

    Seus quatro anos de mandato são um livro em branco e a ele desejamos, todos desejamos estou certo,  muito êxito, muita força e sabedoria e equilíbrio para superar as dificuldades que irá enfrentar (que serão muitas), e possa escrever capítulos repletos de exemplos de honradez, tolerância, lucidez, firmeza; de iniciativas e realizações que proporcionem a Araguari e a nosso povo progresso, desenvolvimento, melhor qualidade de vida em todos os aspectos, e consolide liderança afirmativa e respeitada aqui e alhures. 

    E, como o tempo dobra o final de 2012 sobre o começo de 2013, (e o mundo, como a história, não acabou), felicidades para todos nós, governantes e governados, em 2013!

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