"Quem despreza os mortos não sabe valorizar a vida!"
Causa ainda hoje grande admiração e espanto por todo o mundo, a forma com que povos antigos tratavam seus mortos. Dos indígenas que queimavam seus corpos às imponentes pirâmides, cada cultura, mais ou menos desenvolvida, manifestava seu apreço pelo convívio e sua crença em vida pós-morte.
Sábado último, foi meu pai. Aos 64 anos, sem vícios e com disposição para atravessar a cidade numa brilhante bicicleta, tendo minha mãe como passageira, a jogar futebol com a família aos domingos, seu coração parou de bater.
Não bastasse ver minha mãe aos
prantos e a família atônita- o fato ocorreu no aniversário de um aninho
de um membro da família- e todo incômodo que um falecimento nos traz,
tive que presenciar seu sepultamento num local que chocou a todos: um
terreno desnivelado, sem o mínimo planejamento, entre o presídio e o
lixão e com inveja dos dois, pois ambos têm mais estrutura. Faltam
grama, jardins, cerca, harmonia... Falta PAZ!
Que a
“descatolização” do povo retirasse dos cemitérios as cruzes, as imagens e
as menções sacramentais da vida celeste é compreensível, mas abandonar
corpos quase que numa “vala comum” como vítimas de guerra e peste é
inadmissível.
Que os mortos não votam todos sabem, mas aqueles
que saíram do Cemitério Park no domingo após o sepultamento de meu pai,
se vivos estiverem em outubro, se lembrarão da cena!
Revalino da Costa Fagundes Jr.
Com o apoio de amigos e familiares
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