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Educação em transe

Marília Alves Cunha  

  Um canal de TV mostrava dia desses uma publicidade interessante e preocupante, na qual o MEC sugeria às pessoas que entrassem na carreira do Magistério, entrevistando gente das mais variadas partes do mundo. Perguntadas sobre o que havia sido preponderante no desenvolvimento de seus países respondiam sem hesitar: o professor. Na segunda parte uma gentil bem vestida e carinhosa professora brasileira, acompanhada de gentis, bem vestidos e educados alunos, convidava os brasileiros ao maravilhoso ofício de ensinar, em frente a um belíssimo prédio.

     Muito acertada a publicidade, no que tange ao desenvolvimento de vários países do mundo, graças aos grandes investimentos na educação e, principalmente, na atitude dos que perceberam em tempo que está  nela  a gênese do desenvolvimento . Um tanto quanto enganosa a segunda parte, por não mostrar a realidade como ela é. A educação em nosso país passa por momentos difíceis, a começar do salário dos professores. A falta de estrutura das escolas e os currículos desinteressantes são também importantes óbices à melhoria do nosso ensino público.

     Está havendo uma fuga do magistério e nenhuma publicidade vai impedir este fato. Os cursos de licenciatura, de acordo com dados do próprio MEC, mostram queda crescente na procura de vagas e aumento de desistências. Vemos pessoas iniciarem a carreira, animadas por nobres ideais e descobrir, logo adiante, que o investimento não compensa. Para uma vida de trabalho e dedicação, nenhuma perspectiva de crescimento profissional. Ao primeiro aceno de melhores condições de trabalho e possibilidade de crescimento profissional, adeus escola! Alguns permanecem por falta de outras oportunidades, sem qualquer intenção de dar o melhor de si para este trabalho nobre e construtivo. Exceções há: muitos perseveram apesar de tudo. Ensinar é uma arte e o verdadeiro artista tem nas veias aquela torrente de força e fé que obriga a ir em frente, mesmo que muitas vezes seu trabalho seja ofuscado pelas nuvens do desrespeito e da falta de reconhecimento.

    A par de todos os problemas que a educação enfrenta, a violência, crescente na nossa sociedade transpôs os muros da escola e temos visto nos noticiários e relatos dos professores, casos de agressão verbal e física de arrepiar... A coisa chegou a tal ponto que, por iniciativa do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais, foi introduzido o disque denúncia. Pelo telefone 0800 770 3035 professores e outros profissionais da educação vão poder relatar casos de violência dentro dos recintos escolares, no intuito de que providências sejam tomadas e evitem-se as tragédias que têm ocorrido atualmente. Além da campanha pela qualidade em educação, teremos também que operar numa campanha pela PAZ nas nossas escolas.

     Fazer economia em educação, não ter a visão de um país civilizado e com alto índice de desenvolvimento humano, impedir que os jovens possam aperfeiçoar-se em todos os sentidos é simplesmente virar as costas para futuro, numa atitude imprevidente e irresponsável. Como dizia Benjamin Franklin, O grande político americano falecido em 1790:

      “A ÚNICA COISA MAIS CARA QUE A EDUCAÇÃO É A IGNORÂNCIA”.

2 comentários:

  1. Marília
    Como sempre oportuna a apresentação dos seus temas, provocando-nos para repensar os sistemas e mencionando outros países que perceberam que está na educação a gênese do desenvolvimento. Nossos problemas sistêmicos são complexos, tanto em razão das nossas tradições culturais quanto pela estrutura administrativa, não somente do próprio ensino como da própria definição do que é ser professor. E nisso talvez tenhamos que evoluir para alcançar o nível dos países desenvolvidos a partir da educação. E relaciono algumas qualificações. No Brasil professor é o profissional que ministra aulas ou cursos em todos os níveis educacionais. Mas a definição correta de professor deve ser: Professor é uma pessoa que ensina uma ciência, uma arte, ou uma técnica ou outro conhecimento. Para o exercício dessa profissão, requer-se qualificações académicas e pedagógicas, para que consiga transmitir/ensinar a matéria de estudo da melhor forma possível ao aluno. Nos Estados Unidos, o termo Professor é reservado apenas para indivíduos que ministram aulas em instituições de ensino superior (college ou university). Professores do ensino fundamental ou médio são denominados 'Teachers'. Além do ensino propriamente dito, Professors nas universidades estadunidenses dedicam-se principalmente a atividades de pesquisa, incluindo a orientação de alunos de pós-graduação. No Reino Unido, o uso do título Professor é ainda mais restrito do que nos Estados Unidos, sendo reservado apenas a docentes seniores em universidades. Em vários países da Europa, por exemplo, França e Alemanha, o título de professor é também reservado, nas universidades, apenas a docentes seniores.Portanto, quem sabe até na definicação do que seja professor possamos evoluir. Chegou a hora do Brasil definir valorizando a classe profissional de professores, classificando-os pelo seu esforço evolutivo, ou teremos que continuar a chamar de “professores” indistintamente quem dá aulas. (Créditos ao Google).

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  2. Para ir à Escola tem que haver prazer tanto pra quem vai ensinar quanto pra quem vai aprender ou, em caso contrário, será uma tortura insuportável para ambos.

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