Header Ads

O nosso dinheiro, prá onde vai?

Marília Alves Cunha

A leitura dos jornais nos propicia o conhecimento de várias coisas interessantes e algumas preocupantes. Por exemplo: os gastos com os programas de transferência de renda do governo federal ultrapassam R$35 bilhões de reais por ano. Os recursos são capitaneados pelo Benefício de Prestação continuada (BPC), pelo Bolsa Família e contam com agregados como o Bolsa Atleta e o Pro Uni. São beneficiados até o momento 16 milhões de pessoas que vivem em situação de pobreza, deficientes físicos, idosos que não recebem outros recursos, atletas e estudantes carentes do ensino superior.

Medidas acertadas e bem vindas, num país onde existe grande desigualdade econômica e social e desde que as instituições competentes estejam zelando com rigor pela aplicação dos recursos despendidos. Afinal de contas, o dinheiro não cai do céu e nem sai do bolso dos governantes. Nós, contribuintes, pagamos por todas estas despesas.

Os gastos com bolsas podem aumentar e muito, com um “surto de bondade” do Presidente Lula. Foi enviado à Câmara, projeto de Lei que prevê auxílio mensal de R$3,4 mil e um prêmio de R$100 mil a jogadores que participaram das copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970. O valor do benefício supera o orçamento do Ministério do Trabalho para 2010 e equivale a 68% dos gastos com a educação este ano e a 51% dos recursos destinados a área de saúde. Receberão os recursos jogadores titulares e reservas e no caso de falecimento do atleta a família continuará recebendo.

Não para por aí o espírito caritativo e bondoso do nosso governante maior. A base aliada do Planalto está orientada a aprovar Programa de Decreto Legislativo (PDL) que em nome do povo brasileiro vai triplicar o valor pago atualmente pela energia elétrica fornecida pelo Paraguai de sua cota na Hidrelétrica Itaipu. Os 120 milhões de dólares passam a 360 milhões de dólares. O contrato feito em 1973 entre Paraguai e Brasil sofre uma quebra que desfavorece e muito o nosso país. Em compensação o Presidente Lula, “além de agradar ao companheiro de ideologia, compra mais uma vez posição de liderança política na região”. Os contribuintes brasileiros pagam por mais uma bondade... É história comprida, a da usina de Itaipu, não dá para contar em 3.400 caracteres, com espaço... E dia desses, assistindo a TV Câmara, fico conhecendo uma Medida Provisória que dá status de Ministério a 3 Secretarias. Por que isto em época de eleição? Por que mais esta despesa desnecessária e onerosa aos cofres públicos? Serão mais cargos contratados, mais comissionados, mais gastança com o dinheiro do povo que luta para pagar em dia uma imensidão de impostos.

Enquanto isto os aposentados da iniciativa privada continuam ganhando sua miséria mensal, persiste também a quilométrica fila do SUS e o tempo de espera para exames, a educação navega “ao Deus dará” e milhares de famílias desabrigadas pelas enchentes que devastaram várias regiões do país estão assistidas mais pelo discurso, menos pela ação e pela solução essencial dos graves problemas existentes. Um país precisa crescer não só do ponto de vista econômico, mas principalmente pelo aumento do índice de desenvolvimento humano. Necessitamos fundamentalmente de uma educação de qualidade e o governo federal investe nela apenas 3% do orçamento anual. Sem investimentos na educação o Brasil jamais será um país desenvolvido. E isto não é segredo para ninguém, muito menos para os que nos governam...

3 comentários:

  1. Num país onde jogar bola vira herói não adianta saber pra onde o dinheiro vai, pois o nojo vai aumentando cada vez mais. É tão ruim sentir-se enojado ainda mais que por maior esforço que desprendemos não viramos o jogo. Tem que se formatar tudo e recomeçar. Reformas com material velho faz ruir novamente. A solução pra universitários seria a iniciativa privada comprar seus passes assim que entrassem na universidade. Além de custeá-los nos estudos ainda pagar-se-ia um salário de sustentação. Só a bolsa não adianta, pois o aluno precisa de transporte, aquisição de material, viver... Quando graduado ele teria um contrato com esta empresa e poderia até ser vendido pra outra. Aí sim o valor de cada um apareceria.

    ResponderExcluir
  2. O nosso dinheiro vai para as fazendas dos lulinhas-prodígios, que tal qual o pai, conseguem enriquecer sem estudar nem trabalhar.

    Nosso dinheiro vai para empresas "lava-jato" onde o que mais se lava é dinheiro.

    Nosso dinheiro vai para obras públicas inacabadas e/ou ociosas (e dali para mansões, carrões, chácaras e que tais).

    Nosso dinheiro vai para vários lugares; menos para os programas sociais que deveriam devolver ao cidadão o que lhe é tomado em forma de impostos (e para alguns devolvido parcialmente, em migalhas, na compra de votos).

    ResponderExcluir
  3. É uma questão de definição de política de desenvolvimento econômica combinada com política de desenvolvimento social. Muita gente pediu para o Governo deixar a iniciativa privada e passou-se à privatização de empresas estatais. Agora, lendo este artigo, parece sobrar dinheiro para gastar com pessoas. Mesmo sabendo que a distribuição das bolsas, além de representar crescimento econômico para alguns empresários e fazendo retornar impostos, estimula a sobrevida de pessoas redirecionando seus esforços para o aperfeiçoamento pessoal. Mas tudo isso me faz lembrar os tempos de síndico de prédio, onde a economia microscópica se assemelha à administração pública, assim como à economia doméstica. Antes de assumir o cargo o condômino ataca as péssimas decisões do síndico, seu relaxo, a criação de taxas extras para obras de aparências e de menor importância, etc. O síndico se cansa e pede para sair. O que assume continua a gerir da mesma forma e com os mesmos aparentes vícios. Continua a vida pública a ser marcada pela vontade particular do comandante ou políticos. Parece que a vontade do político é a lei. E desde Roma antiga o governante era o autor da lei, da recompensa, da justiça, ou seja, a vontade do governante era o critério para a paz ou a guerra, para a vida ou a morte, para a justiça ou a injustiça... É melhor rever os antigos conceitos.- Os Gregos e Romanos também criaram a esfera pública, ou seja, ninguém se identifica com o poder, a vontade de ninguém é lei e, portanto, a autoridade é coletiva, pública e aquilo que constitui o cidadão.

    ResponderExcluir

Os comentários neste blog passam por moderação, o que confere
ao editor o direito de publicá-los ou não.