Dupla decepção
Depois de Sarney sujar geral, araguarino censura o Estadão
Desembargador Dácio Vieira; sua mulher Angela; a mulher de Agaciel, Sanzia; José Sarney; Agaciel Maia; e o senador Renan Calheiros no casamento da filha de Agaciel. (Foto: Reprodução)
Araguari vive atualmente uma dupla decepção. A primeira - esta mais antiga, mas não muito menos grave - é com José Sarney, o homem da transição, agora conhecido como o presidente dos atos secretos, dos favorecimentos à sua família e dos desvios de verbas públicas. A segunda, tristemente, vem de um araguarino, do desembargador Dácio Vieira -, que concedeu a liminar a favor de Fernando Sarney proibindo o jornal O Estado de S. Paulo de publicar reportagens sobre a investigação da Polícia Federal contra Fernando Sarney.
Na sexta-feira (31/07), o desembargador araguarino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, pôs o Estadão sob censura. Em liminar, ele impede o jornal de publicar as conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal, com autorização judicial, que mostram, entre outras coisas, Fernando Sarney discutindo com o pai a contratação do namorado da neta do senador por meio de ato secreto no Senado.
Dácio, ex-consultor jurídico do Senado, de acordo com o Estadão é do convívio social da família Sarney e do ex-diretor-geral Agaciel Maia.
Foi um dos convidados presentes ao luxuoso casamento de Mayanna Maia, filha de Agaciel, em 10 de junho, em Brasília. Na mesma data, o Estadão revelou a existência de atos secretos na Casa.
O presidente José Sarney (PMDB-AP) foi padrinho do casamento. Ele, o desembargador e Agaciel aparecem juntos numa foto na festa de Mayanna publicada em uma coluna social do Jornal de Brasília em 13 de junho. As mulheres de Agaciel, Sânzia Maia, e de Dácio Vieira, Ângela, também estão na foto.
Em 12 de fevereiro, Sarney já havia comparecido à posse de Dácio Vieira na presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal. Antes de se tornar magistrado, Dácio Vieira fez carreira no Senado.
De acordo com seu currículo, no site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, ele foi designado em 1986, na condição de advogado, para ocupar o cargo de titular da Assessoria Jurídica do Centro Gráfico do Senado. Depois, foi promovido para consultor jurídico da Casa.
O currículo diz que, por designação especial, ele esteve à disposição da presidência da Casa, com atuação na consultoria-geral. Sua atuação: "Encaminho de informações e razões de defesa em ações judiciais de interesse da instituição, havendo registro, à época, deste proceder, por parte da presidência da Casa, senador Mauro Benevides (Biênio de 1990/1991)."
Como dizia o velho e sábio mestre Newton Dias de Abreu: "Araguari é a minuatura do Brasil". Trocando em miúdos: tudo o que acontece neste país varonil, de bom e ruim, tem filial em nossa cidade. Triste sina a nossa que encontra mais destaque com as coisas negativas.
Desembargador Dácio Vieira; sua mulher Angela; a mulher de Agaciel, Sanzia; José Sarney; Agaciel Maia; e o senador Renan Calheiros no casamento da filha de Agaciel. (Foto: Reprodução)
Araguari vive atualmente uma dupla decepção. A primeira - esta mais antiga, mas não muito menos grave - é com José Sarney, o homem da transição, agora conhecido como o presidente dos atos secretos, dos favorecimentos à sua família e dos desvios de verbas públicas. A segunda, tristemente, vem de um araguarino, do desembargador Dácio Vieira -, que concedeu a liminar a favor de Fernando Sarney proibindo o jornal O Estado de S. Paulo de publicar reportagens sobre a investigação da Polícia Federal contra Fernando Sarney.
Na sexta-feira (31/07), o desembargador araguarino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, pôs o Estadão sob censura. Em liminar, ele impede o jornal de publicar as conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal, com autorização judicial, que mostram, entre outras coisas, Fernando Sarney discutindo com o pai a contratação do namorado da neta do senador por meio de ato secreto no Senado.
Dácio, ex-consultor jurídico do Senado, de acordo com o Estadão é do convívio social da família Sarney e do ex-diretor-geral Agaciel Maia.
Foi um dos convidados presentes ao luxuoso casamento de Mayanna Maia, filha de Agaciel, em 10 de junho, em Brasília. Na mesma data, o Estadão revelou a existência de atos secretos na Casa.
O presidente José Sarney (PMDB-AP) foi padrinho do casamento. Ele, o desembargador e Agaciel aparecem juntos numa foto na festa de Mayanna publicada em uma coluna social do Jornal de Brasília em 13 de junho. As mulheres de Agaciel, Sânzia Maia, e de Dácio Vieira, Ângela, também estão na foto.
Em 12 de fevereiro, Sarney já havia comparecido à posse de Dácio Vieira na presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal. Antes de se tornar magistrado, Dácio Vieira fez carreira no Senado.
De acordo com seu currículo, no site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, ele foi designado em 1986, na condição de advogado, para ocupar o cargo de titular da Assessoria Jurídica do Centro Gráfico do Senado. Depois, foi promovido para consultor jurídico da Casa.
O currículo diz que, por designação especial, ele esteve à disposição da presidência da Casa, com atuação na consultoria-geral. Sua atuação: "Encaminho de informações e razões de defesa em ações judiciais de interesse da instituição, havendo registro, à época, deste proceder, por parte da presidência da Casa, senador Mauro Benevides (Biênio de 1990/1991)."
Como dizia o velho e sábio mestre Newton Dias de Abreu: "Araguari é a minuatura do Brasil". Trocando em miúdos: tudo o que acontece neste país varonil, de bom e ruim, tem filial em nossa cidade. Triste sina a nossa que encontra mais destaque com as coisas negativas.
Felizmente ou não, existe previsão de concessão de liminar para evitar dano de dificil reparação à imagem das pessoas. Talvez seja um preço que pagamos por viver numa democracia. Em certos casos, pode ser um valor alto demais...
ResponderExcluirBem, voltando a implicar com a falta de concurso público (risos), convém verificar que o Dr. Dácio, beneficiado pela Constituição, ingressou na magistratura sem concurso público. Infelizmente, no Brasil, algumas normas podem até ser criadas com boa intenção, mas, na prática, são desvirtuadas. É o caso do quinto constitucional - que garante o acesso de advogados à magistratura - bem como da escolha de integrantes dos tribunais de contas e de membros dos Tribunais Superiores. Em muitos desses casos, o indicado ingressa devendo até a alma ao diabo. Resultado: parcialidade no exercício de funções cujo exercício pressupõe justamente uma atuação imparcial.
É por essas e outras que o controle exercido pelo Judiciário e pelos tribunais de contas não funciona. Por exemplo, podemos contar nos dedos aqueles que foram efetivamente punidos em processos criminais julgados pelo Supremo.
O pior de tudo: nem mesmo se todos os integrantes do Poder Judiciário fossem concursados, a situação seria muito diferente. Existem estudos demonstrando que os magistrados e promotores, pouco importando a camada social a que pertenciam ou pertencem, tendem à burocratização. Em outras palavras, se são ricos, não têm motivo para querer mudar o status quo; se, diversamente, são oriundos das camadas mais pobres, acabam se acomodando com a nova condição social.
Dácio que tem! Uma amizade imorredoura - Pelo menos está provado ser amigo e fiel até o fim. Além do mais, não acredito que tal ato jurídico venha a beneficiar os arrolados, muito ao contrário, colocando em voga. Dá-se o tempo necessário para investigações mais conclusivas. Esta fome e sede noticiária que temos não são ingredientes salutares para a degustação da verdade. Eu gosto de um prato frio...
ResponderExcluirConcordo com o Aristeu, mesmo não achando correto o posicionamento do magistrado em tela, que perdeu a chance de ficar quieto e ao mesmo tempo colocou um dedo de gasolina na fornalha.
ResponderExcluirLamentável.