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Protesto contra a impunidade dos acusados pela Chacina de Unaí

Vestidos de preto, dezenas de manifestantes protestam hoje (28) na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra a impunidade dos acusados pela Chacina de Unaí (MG), que está completando cinco anos.

Até agora, nenhum dos sete acusados do assassinato de três auditores fiscais e de um motorista foi julgado.

Representantes do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho e da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais, além de viúvas e parentes dos auditores assassinados soltaram balões pretos, simbolizando o estado de luto em função morosidade no julgamento.

A chacina ocorreu no dia 28 de janeiro de 2004. Os auditores fiscais do trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram mortos ao vistoriar fazendas na região rural de Unaí.

No mesmo ano, a Justiça Federal em Belo Horizonte decidiu que oito dos nove acusados iriam a júri popular, à exceção de Antério Mânica, prefeito reeleito de Unaí, que, por isso, tem direito a julgamento em foro especial.

Em 2005, o processo foi para o 1º Tribunal Regional Federal, em Brasília, e desde então foram desencadeados diversos recursos judiciais.

A viúva do auditor Nelson José da Silva, Elba Soares da Silva, de 45 anos, afirmou que todos os manifestantes estão em busca de justiça, para que possam ter descanso e paz. “Não podemos esquecer esse crime. Não foram só quatro mortos: o atentado foi contra o Estado e existem muitos municípios que não estão tendo fiscalização por medo de represálias.”

De acordo com o presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais, José Augusto de Paula Freitas, os manifestantes querem também que o Estado brasileiro se posicione em defesa da sociedade e promova o julgamento dos acusados. Segundo ele, o clamor de justiça esbarra em sucessivas protelações e recursos judiciais.

“O esquecimento do crime pela opinião pública age a favor dos assassinos. Casos semelhantes, como o da irmã Dorothy [Dorothy Stang, missionária norte-americana assassinada em fevereiro de 2005 por causa de conflitos de terra em Anapu, no Pará], já foram julgados. Queremos a mesma agilidade. A morosidade nos preocupa e é agressiva”, afirmou Freitas.

Ele disse também que a situação de impunidade tem estimulado uma seqüência de atos de violência em outras regiões do país: “O fato serviu como senha para detonar novos casos de violência contra fiscais do trabalho, como aconteceu em Mato Grosso e em Belém do Pará. Infelizmente, o fator regulador da sociedade ainda são as autuações e as penalidades.”

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Carlos Alberto Teixeira Nunes, lembrou que, em 2004, a Justiça foi rápida, mas que, nos quatro anos seguintes, instalou-se uma guerra de recursos, e a ação não andou. “Sabemos que, se os recursos não forem aceitos pelo STJ [Superior Tribunal de Justiça], certamente irão para o Supremo Tribunal Federal. Por isso, estamos aqui para pedir por justiça.”

Fonte: Agência Brasil

3 comentários:

  1. Definitivamente, picaretage e desrespeito à lei continuam sendo um excelente negócio neste país...

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  2. Este negócio de fiscalizar os outros é muito perigoso mesmo, ainda mais no Brasil das falcatruas. A verdade é que o Brasil da impunidade necessita de um fiscal pra cada brasileiro. Pra se fazer a justiça andar dever-se-ia rebaixar os juízes, momentaneamente, à condição de fiscais e metê-los cara-a-cara com os vilões e sonegadores.

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  3. E a viúva Elba Soares da Silva disse que não há auditores fiscais em Unaí pelo medo dos profissionais em atuar na localidade...
    Natal

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