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E Grão-Mogol?

Aristeu Nogueira Soares

Numa notícia deste Portal, em que se destacava o Triângulo Mineiro como maior produtor de grãos do Estado, postei um comentário sucinto, por causa da palavra grão: “E Grão-Mogol, ao Norte de Minas, o quê produz?”

Nosso letrado e leitor mais profundo do Blog, Dr Natal Fernando, num clique internético de busca, preencheu uma resposta num comentário subseqüente. Obrigado, Doutor! “Sem querer querendo” puxamos um assunto que me perplexa e maravilha.

Grão-Mogol, eu estive lá, é uma cidade brilhante onde ainda reluz a valiosa pedra e o vil metal. As ruas, que só vão, cabem apenas um pequeno veículo, remontando assim que pertence a outros séculos anteriores, onde a tração animal era a mais alta tecnologia. Casas sobre rocha ali são edificadas, como enfatizado na Parábola do Semeador. O Rio da Vida e da Morte repartindo a cidade ao meio, chamado de Itacambiruçu, é um pequeno filete dágua que serpenteia as rochas eternas sem piedade e com paciência. Os mineiros dali parecem não ter fé, pois são cercados de montanhas, as ditas alterosas.

“Vinte e Cinco de Dezembro” Fernando, palmilhei, como topógrafo, entre 1998 e 2001 quase toda a cota de inunda da Usina de Irapé, no Vale do Jequitinhonha. A respeito de Grão-Mogol, o nome, segundo moradores, refere-se a uma pedra descomunal que por lá foi garimpada e que recebera então o nome do chefe da expedição, um genuíno alemão.

Logo mais abaixo existe uma cidade com o nome de Cristália que me ficou gravada na mente pela carência ali existente. A Prefeitura só tinha dois funcionários, um deles era o prefeito. Na necessidade de alguma obra a população era convocada pra trabalhar por dia com a proporcionalidade do salário mínimo, sem quaisquer outros direitos. Contratávamos mão-de-obra local por mais de três vezes o preço ali praticado, mas autoridades mandaram-nos pagar menos, pois estávamos provocando muito rebuliço.

Por ali encontrei um caçador com sua “felobé” que vagava há quatro dias em ter visto uma caça sequer.

Apesar dos diamantes, é a região mais pobre do planeta, segundo uma tal de FAO/UNESCO e algumas ONGs derivadas. Mineiros saem dali em caravanas para serem escravizados pela cana-de-açúcar paulista.

Alguma coisa pode ter melhorado com a Usina de Irapé, como por exemplo, o sepultamento em águas profundas da pedra que vira pão.

Acredito que os moradores ribeirinhos, que há séculos viviam à margem da civilização, por uma indenização medíocre, foram levados à periferia das pobres urbes e tragados por um oceano de informações nunca dantes catalogadas. Inclusive acho que estejam extintos juntamente com toda a História deles, a história dos bandeirantes que subiam os rios e os povoavam. Eram simples consumidores da agricultura básica, onde eram os próprios produtores. O mais justo àqueles seria a CEMIG pensioná-los pelo resto da vida que não procuraram.

Pelas imagens internéticas do “Google Earth” eu vi o lago que antes só dava pra “Ir a pé”. Orgulho-me de ter ajudado a traçá-lo no terreno, mas um remorso anuvia meus pensamentos, os mesmos de como devem se sentir os espanhóis em relação às civilizações pré-colombianas.

3 comentários:

  1. Pois é, Doutor, experiência não se copia! É a sua "pedra" a duras penas lapidada. Grão Mogol pelo que vi não poderia fazer parte da relação dos maiores produtores de grãos de Minas Gerais, conforme a referida reportagem descrevia. Aquela cidade pode ser nossa cliente. E eu somente quiz mostrar que ao contrário do nome e da reportagem ela produz diamantes! Enfim, a pergunta e a resposta para enriquecer o poderoso Blog do Aloisio e esclarecer seus leitores!
    Abraço, Doutor!
    Natal

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  2. Natal, não sou doutor e se o chamei de tal não foi ironia e sim porque havia em mim tal convicção devido aos tantos comentários esclarecedores que fazes neste espaço de direito, tão araguarino, com a maestria devida. Não sou leitor do Aloísio, mas um fiel seguidor devido aos personagens que ele arrebanha. Agora, numa pesquisa, um tanto mais apurada, vi que pertence à vasta família Silva, um maratonista radicado no DF e, ainda mais que doutor, um grão-mestre! Arremato com um versículo bíblico: "Tu te tornas responsável por aquilo que cativas".

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  3. eu achor qui etsta errado ok vales das cancelas

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