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Fast-food

Vera Vilela

Tem algumas situações que nos fazem mesmo muito mal.

Sabe quando se sente aquele amor profundo, aquela necessidade de estar a todo tempo com outra pessoa, de amar com todas as suas forças?

Como nos sentimos se essa outra pessoa não nos retribui ou compreende esses sentimentos? É-nos indiferente, ou mesmo trata esse sentimento como algo comum e sem tanta importância?

Como é acordar e dormir pensando, esperando um contato, de qualquer forma, e este demora a chegar?

Quando temos aquela noite maravilhosa de amor, em que nos sentimos unidas física e mentalmente, quando nos entregamos completamente e, no dia seguinte, enquanto suspiramos pelos cantos relembrando cada momento, a outra pessoa simplesmente nos vê como apenas mais uma boa transa?

Quando pegamos o telefone e ligamos com o coração acelerado para ouvir a voz tão amada e somos tratados com frieza, como se nada fosse tão importante assim?

Claro que estou falando do modo feminino de amar e da forma como gostaríamos de sermos amadas e, com minha idade já aprendi que nosso universo está há anos luz do deles, mas acho que nunca vamos aceitar de bom grado isso.

Tem aquela indiferença, às vezes involuntária mesmo, de nosso amado perceber o quanto nos arrumamos para ele, os detalhes pensados, os cabelos, as unhas, a roupa, é algo mesmo muito frustrante.

E a completa ignorância do outro em perceber nossos sentimentos. Às vezes achamos que o outro é adivinho, que deveria saber tudo o que se passa em nossa cabeça e confiar apenas em nossa sedução pelo olhar, pelos modos e tantos outros sinais que mandamos. Admito que essas frustração é de nossa própria culpa, gastamos um tempo enorme com gestos, olhares e comportamentos que seriam mais facilmente entendidos por poucas palavras.

Mas somos mulheres... Nunca se esqueçam disso!

Complicadas e perfeitinhas.

Só nos resta torcer pela evolução masculina nos sentimentos e na percepção dos sentimentos femininos, pois nem tudo está perdido, já existem muitos por aí que conseguem nos decifrar.

Ah! E o comprometimento? Onde anda?

Parece que o amor hoje é como o lanche rápido servido em um fast-food.

O comprometimento que falo nem é aquele de aliança no dedo, é estar realmente junto com alguém, que se preocupe, que passeie junto, se divirta junto. É estar comprometido na alma, no coração. É a gente poder saber que tem alguém, único, que podemos contar sempre. Parece que até isso a modernidade prometedora de liberdade nos tirou.

Nossa única opção é continuar tentando... ou não?

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