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Ana Maria Campana: As peneiras da vida

Ana Maria Campana (*)
Quantas vezes nos deparamos com situações alarmantes daquelas que nos ensejam a tomar providências urgentes.

O ímpeto nos leva a atitudes que, depois de repensadas, nos fazem até mesmo sentir arrependimento.

Li certa vez, que um homem se aproximou do filósofo ateniense Sócrates dizendo que precisava contar-lhe algo.

O filósofo então perguntou se o assunto passaria pelas três peneiras, isto é: pela verdade, pela bondade e pela necessidade.





Também me vejo assim diante de alguns fatos.

A mídia se encarrega de propagar todo tipo de assunto e muitos de nós, especialmente com as redes sociais, tratamos de disseminá-los. Isso é certo?

Tenho dúvidas. Nem tudo que lemos/ouvimos é verdade. Grande parte ao invés de conclamar a bondade em cada ser humano faz exatamente o contrário: incita a violência e a discórdia. E, por fim, penso eu: existe mesmo necessidade de tantas informações?

Certamente muitos dirão que sim, pois isso é democracia, mas lá no íntimo, pergunte a você mesmo: essas atitudes estão colaborando ou apenas movimentando o seu dia?

Cada qual tem seus problemas a resolver – que ultimamente não são poucos – mas mesmo assim muitos se dedicam a olhar o quintal do vizinho.

A sugestão para esse ano de 2017 é cada um pensar mais em si, em seu mundo particular e quando o assunto for relevante e passar pelas três peneiras, aí sim, deverá vir a público.

De nada adianta pregar uma coisa e fazer outra. Máscaras precisam e devem cair.

Pense nisso.
(*) Ana Maria Campana é jornalista. 
Artigo publicado originalmente no Jornal Amorim, edição Janeiro/Fevereiro de 2017

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