Fordlândia, um case de erros no marketing
(Imagem: Reprodução/Estado de Minas) |
Priscila Mendes (*)
Para entendermos o caso de Fordlândia é preciso dizer que Fordlândia é um município de Aveiro, localizada no estado do Pará, no norte do país às margens do Rio Tapajós em pleno coração da Amazônia.
Para entendermos o caso de Fordlândia é preciso dizer que Fordlândia é um município de Aveiro, localizada no estado do Pará, no norte do país às margens do Rio Tapajós em pleno coração da Amazônia.
Fordlândia recebeu este nome porque no final da década de 20, o empresário norte-americano Henry Ford, que introduziu na indústria americana um modelo de produção em massa de carros da Ford nos Estados Unidos, resolveu investir sua produção também aqui no Brasil.
Ford quis implantar um modelo americano em terras brasileiras, sem fazer um devido planejamento e estudo da área como aspectos geográficos, econômicos e culturais da região escolhida. Ford teve sérios problemas em seu projeto...
>> A terra - montanhosa demais, infértil e pedregosa - era inapropriada para o cultivo de seringueira.
>> Nenhum dos gerentes da Ford tinha experiência em agricultura, o que causou o plantio incorreto das seringueiras que plantadas muito próximas uma das outras foram presas fáceis para pragas agrícolas.
>> Muita gente sem experiência foi contratada, o que causou uma espécie de fraqueza de mão de obra.
>> Com o passar do tempo, os funcionários começaram a ficar insatisfeitos com as regras estabelecidas, o que ocasionou conflitos e baixa produtividade.
De positivo, a cidade possuía vilas para administradores e funcionários, com estruturas mais modestas. Ali também ficava um dos melhores hospitais da região e o salário era pago quinzenalmente e em dinheiro, algo muito bom para a época.
Os trabalhadores das plantações recebiam uma alimentação típica norte-americana, como hambúrgueres, o que não os sustentavam para o trabalho pesado da peleia, até porque eram acostumados com o tradicional arroz, feijão e farinha típica da região.
Em meio ao perigo de internacionalizar uma marca e/ou produto sem antes fazer um devido estudo e planejamento do projeto; no caso de Fordlândia ocasionou mais erros do que acertos. Ford preocupou-se apenas nos benefícios que o empreendimento poderia trazer.
Ford teria gasto cerca de meio bilhão de reais no projeto, que no fim acabou sendo vendido ao governo brasileiro por cerca de R$ 574 mil. O projeto foi oficialmente encerrado em 24 de dezembro de 1945.
Em meio a cerca de 300 mil seringueiras, na Amazônia, é possível encontrar as ruínas deixadas pelos americanos como casas, hospitais e escolas tornando Fordlândia praticamente uma cidade “fantasma”.
(*) Priscila Mendes é jornalista com especializações em "Mídia Eletrônica - Rádio, TV e Web" e "Marketing Digital e Mídias Sociais". Autora do blog causosgerais.blogspot.com.br.
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