As perspectivas do rádio digital no Brasil
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Por Priscila Mendes (*) - O rádio digital finalmente chega ao Brasil e está em fase de teste desde 2005, autorizado pela Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel). E no Brasil, as rádios foram autorizadas a fazerem o teste com o sistema IBOC e DRM. Com a digitalização ocorrerá melhoria na qualidade do áudio, assim o som da Amplitude Modulada (AM) passará a ter o som da Frequência Modulada (FM) e o FM terá o som de CD.
Até o momento, o padrão a ser escolhido no país, ainda não foi definido, e a divisão de espectro não significa o surgimento de novas emissoras, mas a multiplicação dos canais das já existentes, através do Simulcastin que permitirá a transmissão de até três programas simultâneos, na mesma frequência para públicos diferentes.
Além da melhoria do áudio, o rádio digital também irá oferecer aos ouvintes interatividades, como imagem fixa, previsão do tempo, cotações, detalhes da programação musical com nome da música, intérprete, ou personagem entrevistado, são alguns dos serviços que serão agregados ao rádio. Os testes realizados apresentam “problema” do delay, diferença do tempo de transmissão do sinal analógico para o digital ainda permanece.
A nova tecnologia além de não ser acessível à maior parte das emissoras do país, também não é acessível aos ouvintes. Mas espera-se que o rádio digital seja popularizado o mais rápido possível, assim como aconteceu na década de 30. O custo dos equipamentos limita o número de emissoras a realizarem os testes.
O rádio, de certa maneira, terá que reinventar a forma de se fazer rádio para se adaptar à nova tecnologia. No que tudo indica a tecnologia do rádio digital será implantada apenas em longo prazo.
O investimento médio é de cerca de R$ 300 mil para uma emissora que já conta com base física bem estruturada. O ouvinte terá que arcar também com a compra de um aparelho de som compatível com a tecnologia digital e calcula-se que seja entre R$ 700 e R$ 1,000 – para os aparelhos fixos e entre R$ 550 e R$ 700 para aparelhos automotivos ou caso contrário, não conseguirá observar diferença alguma no som.
Os testes não avançaram, e isso certamente vai impedir que o rádio digital se torne realidade no país nos próximos anos. A evolução do processo tem sido impedida em todo o Brasil pelo atraso na escolha do sistema de transmissão e pela limitação de recursos por parte de pequenas e médias emissoras.
Os testes para a implantação da nova tecnologia foi retomado em 2014; mas a dúvida sobre qual modelo a ser adotado ainda paira sobre a cabeça de muitos técnicos, radio difusores e empresários. Será necessário acompanhar os testes no Brasil e aguardar definição do governo sobre o modelo a ser adotado, pois o IBOC e DAB/DRM, atendem em diferentes aspectos as necessidades do rádio brasileiro.
(*) Jornalista especialista em rádio, TV e web.
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