Cemig testa aeronave não tripulada para inspeção de linhas de transmissão
Voos autorizados pelos órgãos responsáveis estão sendo feitos na região Oeste de Minas Gerais
O Vant será utilizado no monitoramento e nas inspeções aéreas preventivas das suas linhas de transmissão e de distribuição. Foto: Elderth Theza
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está realizando testes com Veículo Aéreo Remotamente Pilotado – também conhecido como Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) – que deverá ser utilizado no monitoramento e nas inspeções aéreas preventivas das suas linhas de transmissão e de distribuição, assim como de outros ativos da empresa.
A tecnologia vem sendo desenvolvida pela Cemig em parceria com a Fundação para Inovações Tecnológicas (FITec), e conta com recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com o engenheiro de tecnologia e normalização da Cemig, Maurício de Souza Abreu, a futura utilização dessas aeronaves não tripuladas deverá contribuir para a redução dos custos e dos riscos associados aos procedimentos de monitoramento e inspeção aérea da empresa, além de contribuir para uma maior eficiência operacional e confiabilidade no fornecimento de energia.
“Atualmente as inspeções são realizadas com a utilização de helicópteros tripulados que voam bem próximos às linhas. A utilização do Vant poderá contribuir, além da redução dos custos e riscos, com a ampliação da inspeção aérea das linhas e com a redução da periodicidade desse procedimento. Ainda poderá contribuir – caso seja autorizado futuramente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – com a realização de inspeções noturnas, o que é inviável atualmente com a utilização dos helicópteros tripulados”, afirma o engenheiro.
Sem se restringir às inspeções para a detecção de problemas nas estruturas e cabos das linhas de transmissão e distribuição, a Cemig deverá utilizar o Vant para outros fins, como o monitoramento de possíveis invasões das faixas de servidão e acompanhamento do crescimento de vegetação próximo às linhas, além da visualização de erosões próximas às torres.
Está prevista também a utilização da aeronave no monitoramento das bordas dos reservatórios das usinas contra invasões, no monitoramento das áreas ambientais da empresa e em diversas outras aplicações já identificadas dentro da empresa.
A entrada em operação do Vant depende de alguns ajustes finais nos testes – que estão sendo realizados na área rural de Lagoa da Prata – e da entrada em vigor da regulamentação para a utilização dessas aeronaves, que está em fase de aprovação pela Anac.
Atualmente, apenas estão autorizadas a voar os Vants utilizados para fins de pesquisa e desenvolvimento, que possuam o Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave), emitido pela Anac para cada aeronave e somente voos até a linha visada.
Pioneirismo
A Cemig foi a primeira empresa do setor elétrico a conseguir o Cave para um Vant. Os testes atendem às recomendações dos órgãos responsáveis pelo controle da utilização dessas aeronaves.
Além da autorização da Anac, também foi necessária a autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a utilização dos rádios e também do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), por meio do Notam (sigla em inglês para “Notice to Airmen”, ou aviso aos aeronavegantes) emitido para a área de testes.
O Vant
O modelo Cemig/FITec que está sendo testado tem 3,8 metros de envergadura e 1,7 metro de comprimento. Foi construído utilizando diferentes materiais, como fibra de vidro, fibra de carbono e aramida (fibra sintética conhecida pelo nome comercial kevlar). A aeronave pode atingir a velocidade máxima de 140 km/h e tem autonomia de voo de duas horas.
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