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Grupo EmCena abre temporada de "O Caso dos Irmãos Naves" em Uberlândia

“O Caso dos Irmãos Naves” conta o maior erro do judiciário brasileiro​ nos palcos​     

Em 1934, durante o “Estado Novo”, repressão e injustiça marcaram a história da cidade de Araguari. O lugar foi cercado por boatos quando Benedito Pereira Caetano desapareceu após vender sacas de arroz e lucrar cerca de 90 contos de réis. O sumiço de Benedito foi o estopim para um crime sem solução e o mártir da família Naves injustiçada pela acusação de ter matado e roubado o comerciante que era primo dos irmãos Joaquim e Sebastião Naves. É este enredo que vai para o palco no espetáculo “O Caso dos Irmãos Naves” do grupo EmCena de Teatro.

Com apresentações nos dias 27 e 28 de junho no Teatro Municipal de Uberlândia, a peça volta renovada. Conhecido como o maior erro do judiciário brasileiro “O Caso dos Irmãos Naves” foi dramatizado pelo grupo para contar a história de luta, sofrimento, fé e cumplicidade da família. “O espetáculo leva aos palcos a crueldade da ditadura em oposição à religiosidade e união da família mineira, com ênfase na temática jurídica”, afirmou o diretor geral do grupo Thiago Scalia. O diretor, que também é dramaturgo interpreta o irmão Joaquim Naves.

A adaptação da história para o teatro levou mais de dois anos, de pesquisas feitas no arquivo público de Araguari, no processo judicial do caso e em relatos de pessoas que viveram o drama da família. O texto da peça é assinado pelo Juiz Federal do Trabalho Henrique Macedo, que se baseou em autores renomados do direito, como Cesare Beccaria, para apresentar a realidade nos fatos jurídicos narrados.

“O Caso dos Irmãos Naves” retrata o drama vivido pelos dois irmãos araguarinos condenados injustamente por um crime de latrocínio que não cometeram. Segundo os autos do processo, eles foram acusados de ter matado e roubado o primo Benedito Pereira Caetano depois de um negócio fracassado que não rendeu o quanto esperavam. Só em 1952 a verdade veio a tona com o reaparecimento de Benedito, encontrado vivo em um sítio em Nova Ponte (MG), onde estava escondido durante todo o processo. Os jornais da época davam a noticia como “Morto vivo de Araguary reaparece e inocenta família”. O caso teve fim, mas as histórias de sofrimento e de injustiça continuam até hoje com milhares de outros brasileiros que pagam por crimes que não cometeram.

O espetáculo já foi apresentado para mais de 15 mil pessoas nas cidades de Araguari, Uberaba, Araxá, Patos de Minas, Belo Horizonte, Catalão (GO) e Porto Alegre (RS), e premiado em dois festivais nacionais de teatro. Uma história que conta o preço que se paga pela justiça, permeando a dor, o sofrimento, mas, acima de tudo, a luta, a fé, a força de uma família unida em torno da verdade que transpõe barreiras para se tornar clara e evidente sempre, como dito pelo advogado de defesa da família, João Alamy Filho.

Grupo EmCena

Composto por 19 profissionais, sendo 11 atores profissionais e amadores, além de seu corpo corpo técnico cinco especialistas em maquiagem cênica, cenografia, iluminação, sonoplastia e audiovisual, além de três produtores internos, sendo um artístico e dois executivos. A direção do espetáculo é da advogada e atriz Glenda Mara e a direção geral do grupo, do dramaturgo Thiago Scalia diplomado em dramaturgia pela Universidade de Évora em Portugal, a adaptação do roteiro é de autoria do dramaturgo e Juiz Federal, Henrique Macedo.

Serviço:
- Apresentações: 27 e 28 de junho, às 20h30
- Local: Teatro Municipal de Uberlândia – Av. Rondon Pacheco, 517
- Valores: R$ 40 inteira e R$ 20 meia.
- Leve um brinquedo novo e pague meia.


- Ingressos antecipados na portaria do teatro ou no stand no segundo piso do Center Shopping, em frente a Etna


- Mais Informações: Comunicação Grupo EmCena - Diogo Machado – 9144-3132​

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