Banda de deficientes auditivos prepara lançamento de DVD
Referência cultural importante na região e em Uberlândia há 55 anos, o Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli, forma cantores e músicos, e desenvolve projetos que promovem, além da educação, música e diversão, a inclusão. São cerca de 200 alunos portadores de alguma deficiência que, uma vez por semana, durante todo o dia, se dedicam à música. Tamanha dedicação fez com que alunos surdos da rede estadual de ensino formassem em 2004 a banda Ab’surdos, que hoje se apresenta em cidades dentro e fora de Minas Gerais.
Atualmente, 14 alunos com surdez dos mais variados níveis, de moderada à profunda e severa participam do projeto. Levy Costa Ferreira, 20 anos, conheceu o Conservatório aos 10 anos e, de lá pra cá, não fica uma semana sem as aulas de teclado. O instrumentista nasceu surdo e diz ter encontrado na música a voz que precisava. “Quando eu falo para as pessoas que sou músico, elas arregalam os olhos, se espantam e perguntam como um surdo toca instrumento. Digo a elas que música não é apenas ouvir, é vibração, sinto a música de outra maneira”, explica ele que descobriu a música, quando, aos 6 anos, foi a um show e não entendeu bem o que era aquilo e resolveu experimentar. Levy será o primeiro aluno com deficiência a se formar como técnico instrumental, o curso dura de três a cinco anos.
A Banda Ab’Surdos, que já tem um DVD gravado e o segundo está com lançamento previsto para 2013, conta com uma equipe de quatro professores e uma intérprete, 10 alunos surdos e 3 alunos ouvintes, sendo formada pelos instrumentos: bateria, percussão, teclado, guitarra, contrabaixo, vocal (voz e libras). Toca vários estilos como instrumental, pop, xote, mambo, rock, Hino Nacional e algumas de autoria própria, como “Que Absurdos”, escrita por Levy.
“A finalidade não é só a interação social do surdo e a inclusão escolar, é também a formação profissional desses alunos, que estão incluídos em salas de aulas comuns, que possuem professores das mais diferenciadas disciplinas, tais como, canto coral, desenho, dança, violão, guitarra, musicalização, multimeios e prática de conjunto, participando ativamente da grade curricular comum a qualquer aluno da escola”, avalia a vice-diretora Maria do Carmo de Oliveira Almeida.
Música e autoestima
Além da banda Ab’surdos, o conservatório também oferece aulas de teclado, bateria, violão, percussão, canto, entre outras, para alunos com deficiência visual, motora e mental.
Jeferson Nascimento Souza, 22, toca teclado e percussão e seus ritmos preferidos são gospel, samba e sertanejo. “A música representa amor e carinho, meus pais adoram. Meu sonho é ser professor de teclado”, destaca o aluno que frequenta o Conservatório desde os 12 anos.
Rosilene Amado, professora há oito anos, destaca a evolução que a música traz para a vida dos alunos. “Vemos que eles são capazes. Percebo a evolução rapidamente, pois passam a se concentrar melhor, mudam o comportamento e a melhoria motora e mental é surpreendente. Temos alunos que tremiam, não conseguiam tocar os instrumentos, e hoje são ótimos músicos. A música trouxe independência e autoestima”, afirma. A previsão para os próximos meses é formar uma banda com a turma que possui 12 alunos. Atualmente, eles se apresentam em escolas, asilos e orfanatos. Todo o repertório é escolhido pelos alunos.
Difusão da música
Desde a sua inauguração, em 1957, cerca de 60 mil alunos passaram pelo Conservatório, inseridos num espaço de criação, reflexão e difusão da música em um local que destaca todas as tendências musicais.
Atualmente, são 4.560 alunos, muitos deles moradores de outras cidades mineiras e de municípios de estados vizinhos de Goiás e São Paulo, que aprimoram seus talentos em três turnos. Além das disciplinas de música, a escola oferece aulas de teoria musical, artes visuais e dança como matéria optativa.
“O Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli se consolida como importante centro irradiador de artes. Tal importância pode ser medida pela grande procura por vagas. Para este ano foram abertas 1.500 vagas e o número de inscrições chegou a 6.756”, comemora Maria do Carmo.
Outros projetos são desenvolvidos no Conservatório como: Instrumentoteca Som ao Vivo; Um Cantinho, um Violão; Projeto Corais (Infantil, Infanto-juvenil e Juvenil); Música e Inclusão: um novo olhar sobre a deficiência; O Surdo: caminho para a educação musical; Biblioteca comunitária de Piano; Banda Música Cidadã; Concertos e Criações; Projeto Doce Harmonia; Grupo Vocal Arte in Cena; Orquestra, Projeto Música na Escola. Além destes projetos, grupos significativos: grupo Coral CEMCPC; Coro Masculino; Seresta Terceira Idade; Big Band Ladário Teixeira; Grupo de Viola Caipira; Grupo Baque Virado; Camerata de Violões; Emcamto no palco e vários grupos das Práticas de Conjunto de diversas áreas.
Com 4.506m² de área construída, o Conservatório conta com 14 salas/oficinas apoiadas por acervo de instrumentos de teclados, pianos, percussão e equipamentos eletroacústicos e de multimídia. Possui salas de cordas friccionadas, três salas de bateria, quatro salas de canto, duas salas de acordeon, duas salas de guitarra e contrabaixo, oito salas de flauta-doce, duas salas de flauta transversa, quatro salas de sopro, onze salas de teclado, vinte e duas salas de piano, dez salas de violão, uma sala de música de câmara e leitura á primeira vista. Outras informações em http://www.conservatoriouberlandia.com.br/portal/
Conservatórios
Minas Gerais é o único estado que conta com escolas especializadas no ensino da música na rede pública de ensino. São 12 Conservatórios Estaduais de Música que, juntos, oferecem cursos totalmente gratuitos para 30 mil crianças, jovens e adultos mineiros. O corpo docente reúne 1.500 professores. As escolas de música são mantidas pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) em cidades polo de várias regiões do Estado. No Triângulo Mineiro as cidades de Uberaba, Araguari e Ituiutaba também possuem Conservatório.
Foto: A banda Ab’surdos é formada por 14 alunos com surdez dos mais variados níveis, e hoje se apresenta em cidades dentro e fora de Minas Gerais. Fonte: Agência Minas. Fotógrafo: Carlos Alberto
Atualmente, 14 alunos com surdez dos mais variados níveis, de moderada à profunda e severa participam do projeto. Levy Costa Ferreira, 20 anos, conheceu o Conservatório aos 10 anos e, de lá pra cá, não fica uma semana sem as aulas de teclado. O instrumentista nasceu surdo e diz ter encontrado na música a voz que precisava. “Quando eu falo para as pessoas que sou músico, elas arregalam os olhos, se espantam e perguntam como um surdo toca instrumento. Digo a elas que música não é apenas ouvir, é vibração, sinto a música de outra maneira”, explica ele que descobriu a música, quando, aos 6 anos, foi a um show e não entendeu bem o que era aquilo e resolveu experimentar. Levy será o primeiro aluno com deficiência a se formar como técnico instrumental, o curso dura de três a cinco anos.
A Banda Ab’Surdos, que já tem um DVD gravado e o segundo está com lançamento previsto para 2013, conta com uma equipe de quatro professores e uma intérprete, 10 alunos surdos e 3 alunos ouvintes, sendo formada pelos instrumentos: bateria, percussão, teclado, guitarra, contrabaixo, vocal (voz e libras). Toca vários estilos como instrumental, pop, xote, mambo, rock, Hino Nacional e algumas de autoria própria, como “Que Absurdos”, escrita por Levy.
“A finalidade não é só a interação social do surdo e a inclusão escolar, é também a formação profissional desses alunos, que estão incluídos em salas de aulas comuns, que possuem professores das mais diferenciadas disciplinas, tais como, canto coral, desenho, dança, violão, guitarra, musicalização, multimeios e prática de conjunto, participando ativamente da grade curricular comum a qualquer aluno da escola”, avalia a vice-diretora Maria do Carmo de Oliveira Almeida.
Música e autoestima
Além da banda Ab’surdos, o conservatório também oferece aulas de teclado, bateria, violão, percussão, canto, entre outras, para alunos com deficiência visual, motora e mental.
Jeferson Nascimento Souza, 22, toca teclado e percussão e seus ritmos preferidos são gospel, samba e sertanejo. “A música representa amor e carinho, meus pais adoram. Meu sonho é ser professor de teclado”, destaca o aluno que frequenta o Conservatório desde os 12 anos.
Rosilene Amado, professora há oito anos, destaca a evolução que a música traz para a vida dos alunos. “Vemos que eles são capazes. Percebo a evolução rapidamente, pois passam a se concentrar melhor, mudam o comportamento e a melhoria motora e mental é surpreendente. Temos alunos que tremiam, não conseguiam tocar os instrumentos, e hoje são ótimos músicos. A música trouxe independência e autoestima”, afirma. A previsão para os próximos meses é formar uma banda com a turma que possui 12 alunos. Atualmente, eles se apresentam em escolas, asilos e orfanatos. Todo o repertório é escolhido pelos alunos.
Difusão da música
Desde a sua inauguração, em 1957, cerca de 60 mil alunos passaram pelo Conservatório, inseridos num espaço de criação, reflexão e difusão da música em um local que destaca todas as tendências musicais.
Atualmente, são 4.560 alunos, muitos deles moradores de outras cidades mineiras e de municípios de estados vizinhos de Goiás e São Paulo, que aprimoram seus talentos em três turnos. Além das disciplinas de música, a escola oferece aulas de teoria musical, artes visuais e dança como matéria optativa.
“O Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli se consolida como importante centro irradiador de artes. Tal importância pode ser medida pela grande procura por vagas. Para este ano foram abertas 1.500 vagas e o número de inscrições chegou a 6.756”, comemora Maria do Carmo.
Outros projetos são desenvolvidos no Conservatório como: Instrumentoteca Som ao Vivo; Um Cantinho, um Violão; Projeto Corais (Infantil, Infanto-juvenil e Juvenil); Música e Inclusão: um novo olhar sobre a deficiência; O Surdo: caminho para a educação musical; Biblioteca comunitária de Piano; Banda Música Cidadã; Concertos e Criações; Projeto Doce Harmonia; Grupo Vocal Arte in Cena; Orquestra, Projeto Música na Escola. Além destes projetos, grupos significativos: grupo Coral CEMCPC; Coro Masculino; Seresta Terceira Idade; Big Band Ladário Teixeira; Grupo de Viola Caipira; Grupo Baque Virado; Camerata de Violões; Emcamto no palco e vários grupos das Práticas de Conjunto de diversas áreas.
Com 4.506m² de área construída, o Conservatório conta com 14 salas/oficinas apoiadas por acervo de instrumentos de teclados, pianos, percussão e equipamentos eletroacústicos e de multimídia. Possui salas de cordas friccionadas, três salas de bateria, quatro salas de canto, duas salas de acordeon, duas salas de guitarra e contrabaixo, oito salas de flauta-doce, duas salas de flauta transversa, quatro salas de sopro, onze salas de teclado, vinte e duas salas de piano, dez salas de violão, uma sala de música de câmara e leitura á primeira vista. Outras informações em http://www.conservatoriouberlandia.com.br/portal/
Conservatórios
Minas Gerais é o único estado que conta com escolas especializadas no ensino da música na rede pública de ensino. São 12 Conservatórios Estaduais de Música que, juntos, oferecem cursos totalmente gratuitos para 30 mil crianças, jovens e adultos mineiros. O corpo docente reúne 1.500 professores. As escolas de música são mantidas pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) em cidades polo de várias regiões do Estado. No Triângulo Mineiro as cidades de Uberaba, Araguari e Ituiutaba também possuem Conservatório.
Foto: A banda Ab’surdos é formada por 14 alunos com surdez dos mais variados níveis, e hoje se apresenta em cidades dentro e fora de Minas Gerais. Fonte: Agência Minas. Fotógrafo: Carlos Alberto
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