A história do Monstro de Capinópolis ganha livro

O autor da obra é o jornalista Pedro Divino Rosa - o Pedro Popó, conceituado repórter investigativo natural de Estrêla do Sul, com atuação nos principais jornais da região. O livro será lançado nesta quinta-feira (26), às 19h30, na Biblioteca Pública Municipal Paulo de Oliveira, com o apoio da Prefeitura Municipal de Araguari, por meio da Fundação Araguarina de Educação e Cultura (Faec).

"O Monstro de Capinópolis" conta a história de Orlando Sabino (foto - clique para ampliar), o mais famoso serial killer de Minas Gerais, acusado de matar diversas pessoas no Triângulo Mineiro, na década de 70. O livro surgiu de uma reportagem especial que o jornalista escreveu, a partir de entrevistas com sobreviventes de supostos ataques do acusado, familiares de vítimas que foram mortas no período, policiais que o caçaram em toda a região, testemunhas e intensa pesquisa em delegacias, fóruns, arquivos e jornais que publicaram o acontecimento.

Por fim, Pedro Popó ficou cara a cara com o acusado e o entrevistou.

Preso após quase vinte dias de intensa procura, considerada a maior caçada humana em Minas Geais, na época, Orlando Sabino foi julgado e considerado inimputável pelos crimes dos quais era acusado. Por medida de segurança, foi internado n Hospital Judicial e Psiquiátrico, Mário Vaz, de Barbacena.

Pedro Popó é autor de cinco livros, dentre eles, Dona Beija, que conta a biografia da famosa personagem, a partir de entrevista com seus descendentes de Estrela do Sul. Atualmente, é assessor de Imprensa da Polícia Civil de Uberlândia. e é colaborador do Jornal Gazeta do Triângulo.

A trajetória do Monstro de Capinópolis

Pedro Popó

No início da década de 70 os municípios de Araxá, Patrocínio, Coromandel, Tupaciguara, Centralina, Canápolis e Capinópolis, no Triângulo Mineiro, e Davinópolis e Três Ranchos, em Goiás, foram tomados pelo medo e pânico por mais de seis meses.

Um andarilho, que segundo as polícias Civil e Militar, era procedente do Paraná, apareceu por estas bandas matando covardemente pessoas e animais, estuprando vítimas inocentes, e furtando açúcar e miudezas nas fazendas.

Ao todo, 12 pessoas foram assassinadas a pauladas, facadas e a tiros de revólver e espingarda, oito pessoas ficaram feridas e 19 bezerros foram trucidados a golpes de foice.

Mais de 200 homens das polícias Civil e Militar, do extinto Dops e do Exército, e cerca de 200 moradores dessas cidades realizaram a maior caçada humana que se tem notícia em Minas Gerais.

Depois de 17 dias de perseguição pelas matas, córregos e rios, o suposto assassino, que espalhava terror por todos os lados, e havia virado manchete nacional, foi preso, quando tentava fugir numa canoa, no Tejuco, no município de Ipiaçu.

Negro, baixinho, franzino, olhos esbugalhados, cabelos espetados, e maltrapilho, o “monstro” sequer esboçou reação, quando um tiro de intimidação, dado por um policial, ecoou nos seus ouvidos.

Mostrado em praça pública, amarrado a um poste, o “terrivel” assassino não passava de um andarilho que aparentava ter medo das pessoas que o rodeavam querendo linchá-lo.

Para escrever o livro, Pedro Popó teve que reconstituir todos os passos do personagem, desde a sua saída do Paraná, com destino a Minas Gerais, a sua internação no hospital Mário Vaz, em Barbacena. A pesquisa, feita com recursos próprios, e realizada  nos finais de semana, dias de folga e feriados, começou em 2003.

Durante esse período, o autor estudou inquéritos policiais e processos instaurados na época nas comarcas onde ocorreram os crimes, pesquisou jornais, revistas e outros impressos publicados sobre o personagem, buscou arquivos e documentos, e entrevistou sobreviventes, testemunhas e policiais que participaram da caçada.

Em 2008, autorizado pela Subsecretaria de Administração Penitenciária da Secretaria de Estado da Defesa Social, o autor viajou a Barbacena, onde esteve frente a frente com Orlando Sabino e tentou entrevistá-lo. A entrevista foi em vão. O famoso andarilho permanece louco. É oligoflênico, segundo os médicos.