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“Redes sociais levam a um jornalismo mais honesto”, defende editor da BBC News

Ilustração do tudo.com
De Izabela Vasconcelos no portal Comunique-se

O editor de interatividade e desenvolvimento de mídias sociais na BBC News, Matthew Eltringham, acredita que as redes sociais contribuem com a qualidade do jornalismo, já que expõem o veículo, que passa a receber críticas e sugestões mais diretas.

“As redes sociais levam a um jornalismo mais honesto, porque exigem transparência e prestação de contas”, declarou em debate no 4º Seminário Internacional de Jornalismo Online (MediaOn), nesta quarta-feira (10/11), em São Paulo.

Para ele, é imprescindível atuar nessas redes, já que grande parte da audiência se concentra nelas. “Fizemos uma pesquisa que tem um resultado assustador. Em média as pessoas passam 1 minuto no site da BBC, mas ficam em média 11 minutos no Facebook. Então você tem que estar lá, se não vai perder audiência”.

“Não somos mais donos do conteúdo”

A Publisher do IDG Brasil, Silvia Bassi, atuou como mediadora do debate e enfatizou que agora os jornalistas não são os únicos “donos  do conteúdo”. “Os jornalistas precisam começar a carreira com mais humildade porque não são mais os donos do conteúdo”.

“Sempre tem alguém da audiência que sabe mais daquela matéria que você. É um pouco assustador, mas é muito animador. É um processo e nós precisamos fazer parte disso”, emendou Eltringham. Para exemplificar, o editor da BBC News citou casos recentes. “Uso muito o Twitter. Não que o Facebook e Orkut não tenham seu papel. Para o terremoto no Haiti, o Twitter foi o melhor, para o terremoto na Indonésia foi o Facebook, com fotos incríveis. Então você precisa ver esses dois de forma igual”.

No entanto, Eltringham enfatizou o rigor na apuração. “Sempre contatamos a pessoa que postou o conteúdo, conversamos para saber se é verdadeiro, cruzamos informações. Também tem a questão do direito autoral”, lembrou.

Julian Gallo, jornalista argentino especializado em tecnologia e meios interativos, diretor do site Cukmi.com, também é a favor do jornalismo colaborativo.“São pessoas que têm autoridade, talvez até mais que a grande mídia, e as pessoas que são mais humildes conseguem fazer bom uso dessas redes”.

Diploma

Questionados pela plateia sobre a formação em Jornalismo, os dois disseram que são contra a exigência de diploma para o exercício da profissão. “Seria uma decisão errada do Brasil exigir diploma para o Jornalismo. Se fosse assim, o García Márquez não poderia ser jornalista”, disse Gallo.

“Eu concordo. O jornalismo no Reino Unido não exige diploma. Alguns dos melhores jornalistas começaram trabalhando na prática”, afirmou Eltringham.

2 comentários:

  1. A imprensa está até amigável com o controle social. Só continua fugindo mesmo é do controle do poder público.
    Acredito que, com a efervescência das redes sociais, a imprensa vai acabar se enquadrando. Claro, continuarão existindo exceções, movidas quase sempre pela subserviência de alguns ao poder econômico e político.

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  2. O diploma da credibilidade, da ética, da responsabilidade... estes sim é que deverião ser cobrados.

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