Onde estão as ideias?
Marília Alves Cunha
Não foi desta vez que vimos transcorrer no país uma campanha política que oportunizasse o proveitoso debate sobre os grandes problemas brasileiros e a apresentação de planos de ação plausíveis para a solução dos mesmos, assim como de medidas programadas para o nosso pleno desenvolvimento. O mal feito começou bem lá atrás com a desconstrução do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, saco de pancadas preferido dos que tomavam o poder. O país começava em 2002. Antes era o nada, o vazio, a sombra. Da gestão dos antecessores nada deveria ser reconhecido a não ser como “herança maldita” e uma importante parte da história do Brasil foi reduzida, pelos novos timoneiros, a “pó de traque”. Ou pelo menos, houve a tentativa... Foi mal!
Na realidade tivemos três candidatos. A candidatura de alguns se tornou minúscula, não porque nada tivessem a dizer ou propor, mas devido ao ínfimo tempo e espaço que lhes foram reservados nos meios de comunicação. Marina Silva, figura delicada, de fala mansa e sensata, aconteceu de forma marcante, desfigurando a polaridade Dilma x Serra, mostrando-se com uma alternativa à escolha dos brasileiros. Foi um fenômeno interessante na Campanha 2010: mereceu respeito quase unânime. A central de boatos não agiu em seu desfavor. Faltou ser beatificada, tal a aura de nobreza e honestidade instalada a sua volta. Saiu do páreo, mas dizem os entendidos, interrompeu uma caminhada preparada para vencer no 1º. Turno.
O primeiro ato da grande peça foi eivado de “não me toques”, os candidatos tateando terreno, resguardando-se ao máximo, evitando assuntos que ferissem os ouvidos do eleitor, correndo de polêmicas. Iniciada a corrida do 2º. Turno acreditei piamente que o verdadeiro debate entre os presidenciáveis começaria, de maneira sincera e franca, oportunizando aos eleitores a chance de escolher com mais acuidade seu candidato, a chance de escutar propostas realistas para levar o país ao pleno desenvolvimento, para solucionar os graves problemas que, infelizmente, tem assolado o país.
Não é o que assistimos. Bater na tecla da continuidade não é proposta de governo, desqualificar os opositores não é proposta de governo, estacionar em temas como aborto e religião não é proposta de governo, transformar-se ou anular-se para agradar este ou aquele grupo não é proposta de governo, distribuir material apócrifo ou material de origem ilegal não interessa aos princípios democráticos. Agredir, disseminar a violência, a desunião, e o conflito não são as vias ideais para se chegar ao poder. A democracia só se constrói pela via da liberdade e o Brasil é de todos os brasileiros e não apenas de alguns. Penso que perdemos bela oportunidade de debater interessantes temas nacionais, debate que seria mais um passo para a construção de uma nação consciente e desenvolvida.
Apesar de não compartilhar com Frei Beto de todas as suas convicções políticas, sou sua grande admiradora e lembro-me sempre de seus sábios pensamentos. Reflitam sobre este:
“Políticos são como feijão, só funcionam na panela de pressão. É direito e dever do eleitor cobrar do seu candidato. Todos os direitos de cidadania resultaram de conquistas, jamais de benevolência do poder público. Por isto voto não é homenagem, é delegação e quem a recebe tem o dever de prestar contas”.
Não foi desta vez que vimos transcorrer no país uma campanha política que oportunizasse o proveitoso debate sobre os grandes problemas brasileiros e a apresentação de planos de ação plausíveis para a solução dos mesmos, assim como de medidas programadas para o nosso pleno desenvolvimento. O mal feito começou bem lá atrás com a desconstrução do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, saco de pancadas preferido dos que tomavam o poder. O país começava em 2002. Antes era o nada, o vazio, a sombra. Da gestão dos antecessores nada deveria ser reconhecido a não ser como “herança maldita” e uma importante parte da história do Brasil foi reduzida, pelos novos timoneiros, a “pó de traque”. Ou pelo menos, houve a tentativa... Foi mal!
Na realidade tivemos três candidatos. A candidatura de alguns se tornou minúscula, não porque nada tivessem a dizer ou propor, mas devido ao ínfimo tempo e espaço que lhes foram reservados nos meios de comunicação. Marina Silva, figura delicada, de fala mansa e sensata, aconteceu de forma marcante, desfigurando a polaridade Dilma x Serra, mostrando-se com uma alternativa à escolha dos brasileiros. Foi um fenômeno interessante na Campanha 2010: mereceu respeito quase unânime. A central de boatos não agiu em seu desfavor. Faltou ser beatificada, tal a aura de nobreza e honestidade instalada a sua volta. Saiu do páreo, mas dizem os entendidos, interrompeu uma caminhada preparada para vencer no 1º. Turno.
O primeiro ato da grande peça foi eivado de “não me toques”, os candidatos tateando terreno, resguardando-se ao máximo, evitando assuntos que ferissem os ouvidos do eleitor, correndo de polêmicas. Iniciada a corrida do 2º. Turno acreditei piamente que o verdadeiro debate entre os presidenciáveis começaria, de maneira sincera e franca, oportunizando aos eleitores a chance de escolher com mais acuidade seu candidato, a chance de escutar propostas realistas para levar o país ao pleno desenvolvimento, para solucionar os graves problemas que, infelizmente, tem assolado o país.
Não é o que assistimos. Bater na tecla da continuidade não é proposta de governo, desqualificar os opositores não é proposta de governo, estacionar em temas como aborto e religião não é proposta de governo, transformar-se ou anular-se para agradar este ou aquele grupo não é proposta de governo, distribuir material apócrifo ou material de origem ilegal não interessa aos princípios democráticos. Agredir, disseminar a violência, a desunião, e o conflito não são as vias ideais para se chegar ao poder. A democracia só se constrói pela via da liberdade e o Brasil é de todos os brasileiros e não apenas de alguns. Penso que perdemos bela oportunidade de debater interessantes temas nacionais, debate que seria mais um passo para a construção de uma nação consciente e desenvolvida.
Apesar de não compartilhar com Frei Beto de todas as suas convicções políticas, sou sua grande admiradora e lembro-me sempre de seus sábios pensamentos. Reflitam sobre este:
“Políticos são como feijão, só funcionam na panela de pressão. É direito e dever do eleitor cobrar do seu candidato. Todos os direitos de cidadania resultaram de conquistas, jamais de benevolência do poder público. Por isto voto não é homenagem, é delegação e quem a recebe tem o dever de prestar contas”.
Pois pra mim político é como bolinha de sabão: Nesta época eleitoral surge perfeito, reluzente, encantador, colorido, sobe e desce, às vezes ao nosso alcance, a gente chega a defendê-lo, mas breve acaba o encanto e ardem aos nossos olhos...
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