Araguari
Marília Alves Cunha
Lendo o “Correio de Uberlândia” de 20/04/10, dou de cara com ARAGUARI, título da coluna de Wallace Torres, jornalista daquele diário e que trata de assuntos políticos, principalmente da nossa região. Trás nomes de candidatos da cidade a deputado nas próximas eleições e as dobradinhas possíveis, inclusive entre antigos desafetos.
O importante, porém, é o fato, sinalizado pelo jornalista, que Araguari não elege deputado há mais de uma década. Um município de 82,4 mil eleitores, com possibilidade de eleger um representante em cada legislativo, tem na sua história política esta triste lacuna. Ocorreria na nossa Araguari o fenômeno “paraquedismo”, quando votos vão para candidatos de outras cidades, principalmente do Partido dos Trabalhadores? Outro fato citado que provavelmente tem dificultado a eleição de um representante da cidade é a rivalidade política local. A política é feita de embates, mas também de tréguas. Há momentos em que dar as mãos e fomentar a união consiste no melhor caminho para a cidade e seu povo. É hora de juntar forças em prol de um bem maior. Em prol de Araguari.
O último representante da cidade na Câmara dos Deputados foi Raul Belém, que infelizmente nos deixou precocemente. O jornalista Wallace Torres faz referência ao deputado e lembra um artigo publicado em 2009 pelo jornalista Carlos Roberto Felice, sob o título “A reverência esquecida...” Neste artigo chama-se a atenção para o fato de que o ilustre deputado de Araguari nunca foi homenageado oficialmente pela cidade, tendo recebido homenagens do Estado e da União.
A lembrança de Raul Belém, para os que o conheceram, admiraram e mantiveram com ele laços de amizade e respeito é sempre muito querida. Naquele corpo enorme, um coração sempre aberto a todos, um abraço amigo e sorriso inteiro, generosidade, lealdade e receptividade, marcas forte de sua personalidade. Figura singular. Poucos nascem com esta aptidão natural para exercer a política: Raul veio ao mundo para fazê-lo e mais, para trabalhar e lutar pela cidade que amava. Gente assim faz falta, muita falta...
Outro grande araguarino citado na crônica de Carlos Roberto Felice e aludido no artigo do Correio é o do ex-prefeito Milton Lemos da Silva. Araguari, sem dúvidas, lhe deve homenagens. Menina ainda, já admirava aquela figura esguia, impecavelmente vestida, mais parecia um lorde inglês. E para o nosso pasmo de criança, falava inglês, jogava tênis e viajava para os EEUU. Imaginem, as paisagens estrangeiras só eram possíveis para nós através das telas dos cinemas.
E Milton Lemos da Silva, com seu bom gosto na escolha dos filmes e o ar aconchegante de seus cinemas, inventou para nós a maior diversão, o melhor entretenimento. Da comédia francesa, ao realismo italiano, ao cinema novo brasileiro, aos musicais hollywoodianos, às grandes produções épicas com som estereofônico e cinemascope, aos filmes românticos que nos embeveciam, faziam chorar, nos punham a dançar na chuva e voar entre nuvens, temas existencialistas, políticos, filosóficos, tudo nos enriqueceu e ficou para sempre na lembrança de uma época.
Dois grandes nomes, duas grandes pessoas, merecem todas as homenagens. Deixaram bons exemplos de amor pela cidade e de ideal de construção e crescimento.
Leia também:
- "A reverência esquecida. Ou, quem sabe, negligenciada", do jornalista Carlos Roberto Felice
Lendo o “Correio de Uberlândia” de 20/04/10, dou de cara com ARAGUARI, título da coluna de Wallace Torres, jornalista daquele diário e que trata de assuntos políticos, principalmente da nossa região. Trás nomes de candidatos da cidade a deputado nas próximas eleições e as dobradinhas possíveis, inclusive entre antigos desafetos.
O importante, porém, é o fato, sinalizado pelo jornalista, que Araguari não elege deputado há mais de uma década. Um município de 82,4 mil eleitores, com possibilidade de eleger um representante em cada legislativo, tem na sua história política esta triste lacuna. Ocorreria na nossa Araguari o fenômeno “paraquedismo”, quando votos vão para candidatos de outras cidades, principalmente do Partido dos Trabalhadores? Outro fato citado que provavelmente tem dificultado a eleição de um representante da cidade é a rivalidade política local. A política é feita de embates, mas também de tréguas. Há momentos em que dar as mãos e fomentar a união consiste no melhor caminho para a cidade e seu povo. É hora de juntar forças em prol de um bem maior. Em prol de Araguari.
O último representante da cidade na Câmara dos Deputados foi Raul Belém, que infelizmente nos deixou precocemente. O jornalista Wallace Torres faz referência ao deputado e lembra um artigo publicado em 2009 pelo jornalista Carlos Roberto Felice, sob o título “A reverência esquecida...” Neste artigo chama-se a atenção para o fato de que o ilustre deputado de Araguari nunca foi homenageado oficialmente pela cidade, tendo recebido homenagens do Estado e da União.
A lembrança de Raul Belém, para os que o conheceram, admiraram e mantiveram com ele laços de amizade e respeito é sempre muito querida. Naquele corpo enorme, um coração sempre aberto a todos, um abraço amigo e sorriso inteiro, generosidade, lealdade e receptividade, marcas forte de sua personalidade. Figura singular. Poucos nascem com esta aptidão natural para exercer a política: Raul veio ao mundo para fazê-lo e mais, para trabalhar e lutar pela cidade que amava. Gente assim faz falta, muita falta...
Outro grande araguarino citado na crônica de Carlos Roberto Felice e aludido no artigo do Correio é o do ex-prefeito Milton Lemos da Silva. Araguari, sem dúvidas, lhe deve homenagens. Menina ainda, já admirava aquela figura esguia, impecavelmente vestida, mais parecia um lorde inglês. E para o nosso pasmo de criança, falava inglês, jogava tênis e viajava para os EEUU. Imaginem, as paisagens estrangeiras só eram possíveis para nós através das telas dos cinemas.
E Milton Lemos da Silva, com seu bom gosto na escolha dos filmes e o ar aconchegante de seus cinemas, inventou para nós a maior diversão, o melhor entretenimento. Da comédia francesa, ao realismo italiano, ao cinema novo brasileiro, aos musicais hollywoodianos, às grandes produções épicas com som estereofônico e cinemascope, aos filmes românticos que nos embeveciam, faziam chorar, nos punham a dançar na chuva e voar entre nuvens, temas existencialistas, políticos, filosóficos, tudo nos enriqueceu e ficou para sempre na lembrança de uma época.
Dois grandes nomes, duas grandes pessoas, merecem todas as homenagens. Deixaram bons exemplos de amor pela cidade e de ideal de construção e crescimento.
Leia também:
- "A reverência esquecida. Ou, quem sabe, negligenciada", do jornalista Carlos Roberto Felice
Em se recordando dos nossos antigos representantes seria bom que tivéssemos outros à altura ou, caso contrário, preferimos a vacância. Não vejo grandes nomes a não ser que o Dr Neiton de Paiva Neves se faça candidato, o que soa como utopia sem tamanho.
ResponderExcluirParece ser mesmo uma quimera, um projeto irrealizável, uma fantasia... Seria orgulho para araguari ter um representante como o Neiton.Quem sabe???
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