Abafa o caso!
Marília Alves Cunha
A gripe suína tem dado sustos, provado está que não é uma “gripezinha” atoa como queríamos acreditar de início. Fosse coisa menos séria não afetaria como tem afetado a nossa vida. As autoridades de saúde e outras têm tomado, a meu ver, medidas acertadas, quando impedem no que lhes é possível a aglomeração de pessoas, tentando evitar mal maior. Acredito que na vida tudo se aproveita, mesmo os males. O brasileiro começa a aprender bons hábitos higiênicos, numa campanha forçada pelas circunstâncias e talvez por isto, mais poderosa e crível. As autoridades em saúde, acredito, terão sentido mais uma vez que com o assunto não se improvisa, não se brinca, que saúde necessita de grandes investimentos e planejamento. Afinal, a vida é o nosso bem mais precioso.
De outros males o país também vem padecendo, males que reafirmam a pouca ou quase nenhuma importância que os políticos brasileiros dão à opinião pública. Ouvidos moucos são importantes quando interesses maiores estão em jogo, interesses que não passam pelas reformas estruturais que o país necessita, mas que procuram apenas a mantença do poder. Todas as denúncias que foram generosamente publicadas pelos jornais e fartamente discorridas no Senado mereceram apenas um carimbo: “Arquivado”. Necessário é que a paz reine no Congresso nacional, mesmo à custa da dilapidação da nossa confiança. Arquivada fica também (por enquanto) a esperança de que as coisas se modifiquem, que a verdade seja soberana e imponha-se sempre para que seja possível o império da justiça e a plenitude da democracia.
A tropa de choque do Planalto, composta inclusive por membros que chegaram ao senado sem um voto sequer (deformação da lei eleitoral) bateu forte e o acordão se fez. Amém! No Senado romano, fazendo uma viagem ao tempo, o grande Cícero imortalizou a sentença: “À mulher de Cesar não basta ser honesta, é preciso parecer honesta”. Ao Presidente do Senado não basta ser honesto, é preciso parecer honesto, lembramos nós...
Mas como dizia eu, tudo se aproveita, até os males. Marina Silva sai do PT e, parece, desfaz o desenho bipartidário e plebiscitário que se desenhava para 2010. Flávio Arns também se retira, empobrecendo o Partido e privando-o de uma de suas mais importantes figuras. E o Senador Mercadante balançou na corda bamba, constrangido talvez pelo derrame de incoerências que o partidão tem praticado. E de agora em diante, certamente os Senadores terão um pouquinho mais de cuidado com a sua biografia...
Dentro do quadro político em que vivemos, não foi surpresa o anúncio da Mulher Melão: procura legenda para candidatar-se a deputada estadual no Rio de Janeiro. E jura que sua plataforma não será em favor de silicone para todos ou de bolsa malhação para aumentar a “comissão de frente” e a “preferência nacional”. Promete uma campanha séria, com mudança no visual e tudo mais... Pode? É claro que pode!
Deverá ser um "frisson", a mulher "cucumis melo", na campanha eleitoral, afinal chega de votar nos filhos das frutas, votemos nas próprias frutas - Será mais uma boa de putada.
ResponderExcluirMarília, eu não sou filiado a partido político, mas como já colaborei fundando um, entendo muito bem os objetivos dos jogos de palavras dos políticos. Aspecto importante esse das pessoas que se apresentam em grandes redes de comunicação e ficam tão conhecidos que acabam nas graças dos eleitores mais descompromissados com as coisas sérias da administração pública. Talvez a mulher Melão seja o próximo caso de sucesso de tanto o seu bumbum ser mostrado para alguns eleitores. Um caso semelhante teve repercussão mundial com a Cicciolina, nome artístico de Ilona Staller (nascida Elena Anna Staller), (Budapeste, 26 de novembro de 1951) é uma activista política filiada no Partido Radical da Itália, e ex-atriz pornográfica e cantora. Atraiu eleitores com sua comissão de frente. Defendeu o fim do uso da energia nuclear e continua ativa propondo impostos para atividades de defesa da natureza. No Brasil temos o caso bem sucedido da atual Prefeita Luizianne de Oliveira Lins (PT), de Fortaleza, com 40 anos, jornalista formada pela UFC, já no segundo mandato, que era dançaria em uma casa noturna antes de ser política. Dizem que será candidata ao senado na próxima eleição. É a festa da democracia, que permite deputados como o Agnaldo Timóteo, Juruna, e tantos outros, aperfeiçoando o debate, desconcentrando o poder nas mãos dos políticos profissionais. Enfim, a democracia é a mãe das virtudes e dos vícios e permite a todos o acesso à experiência do poder mesmo que a mãe seja preta, mas são marcos que produzem coelhos.
ResponderExcluirUBERLÂNDIA-MG, 14 de setembro de 2009.
ResponderExcluirPrezados Srs.
Temos acompanhado cada Pleito, com seus Candidatos Vitalícios e as "koyzaestranãs" que nos são expostas pelo oportunismo, e muita cara-de-pau.
Os Cidadãos estão tão indiferentes a tudo, que acabam elegendo criaturas sem a menor capacidade Técnica para uma Gestão Política adequada. Houve época que, em grandes centros, animais ( os irracionais mesmo ) recebiam mais votos do que muitos Seres Humanos. Paciência.
Perdemos a consideração pela "coisa Eleição", da mesma maneira que a "coisa Político" definitivamente perdeu a DIGNIDADE, o propósito pelo interesse do SOCIAL, agindo na maioria das vezes em causa própria, confiante na ABSOLUTA IMPUNIDADE, desde a Campanha... Os pares sempre solidários em acobertar seus próprios deslizes, por vezes, com a conivência de outras Instâncias.
Por aí, não temos Zoos. E com as Urnas Eletrônicas, não temos mais como "eleger" nenhuma criatura expressivamente carismática, exótica, que realmente merecesse nosso voto - mesmo que irresponsável.
Votar NULO? Em BRANCO? De uma forma ou de outra, alguém que não desejaríamos acabaria sendo beneficiado. O sistema político permite isso.
O jeito é votar em alguém. Errando, um dia aprenderemos a acertar.
A questão é que as necessidades coletivas não podem esperar por um processo de conscientização. Poderíamos agilizar o processo, se nossas Escolas Municipais, Estaduais e também as particulares - inclusive a do meu único Filho, Eleitor já aos 16 anos de idade, doutrinassem seus discípulos com pelo menos, visitas às Sessões na Câmara de Vereadores, LOTANDO auditório e testemunhando os atos de seus Representantes. Claro! Com REDAÇÃO CÍVICA, valendo nota. E a melhor redação, devidamente autorizada pelo responsável, publicada na Mídia...
Um castigo?! Talvez. Para ambas as partes. Na visão do jovem eleitor, a oportunidade de cobrança direta aos Eleitos. Na visão do Eleito, a oportunidade de total transparência, e com a Casa sempre cheia do Povo, exatamente uma parcela daquele Povo que os elegeu.
Enquanto isso, ao próximo Pleito. Em breve:
- Mesma ladainha;
- Mesmos interesses;
- Mesma hipocrisia;
- Mesma demagogia;
- Mesmas irregularidades e
- MESMOS ELEITORES.
É. Realmente, DEMOCRACIA tem efeitos colaterais...
Melhor assim !!!
Atenciosamente,
Janis Peters Grants.
É interessante participar do blog do Aloísio. Primeiramente pelo prazer sempre renovado de escrever e quem gosta de escrever sabe do que estou falando.E segundo, pelos comentários que o textos instigam. Às vezes engraçados, irônicos, próprios de personalidades criativas que sabem brincar com as palavras e dar a elas um sentido peculiar. Outras,textos do mais alto gabarito, que superam sempre os desta pequena "escrevinhadora". Gosto de todos, aceito sempre com a mesma humildade as críticas e os elogios.Guardados estão, com carinho, no meu arquivo.
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