Concluído o mapeamento do Aquífero Guarani
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O Aquifero Guarani, uma das maiores reservas subterrâneas do mundo, estende-se por quatro países e abrange uma grande parte da região do Triângulo Mineiro (Fonte: Livro "O Aquifero Guarani", Wikipedia e Agência Brasil)
A ação dos agrotóxicos na lavoura e a falta de saneamento básico em regiões metropolitanas onde se localiza o Aquífero Guarani podem sobrecarregar o manancial, que tem cerca de 7.500 poços que abastecem centenas de cidades. Na região do centro da cidade de Ribeirão Preto, em 30 anos, o aquífero baixou 60 metros.
Esses foram alguns dos problemas constatados pelo mapeamento da área, uma das fases do Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani, que começou em 2003 e teve os resultados apresentado na semana passada durante na 21ª Reunião do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), em Brasília.
Situado no subterrâneo dos territórios da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com extensão total de 1.200.000 quilômetros quadrados, dos quais 840.000 no Brasil. O aquífero armazena cerca de 30 mil quilômetro cúbicos de água (dos quais apenas 2% podem ser aproveitados) e é considerado um dos maiores do mundo .
Segundo a geóloga Cláudia Lima, o fato de o nível ter baixado preocupa, mas não é grave. “Sempre que [se] explora, ele diminui, mas à medida que você vai fazendo uma gestão mais controlada, diminuindo o número de poços, acaba voltando para o equilíbrio”. Cláudia Lima está no projeto desde 2004.
Para Luiz Amore, secretário geral do projeto, o mapeamento foi a iniciativa mais importante. Ele disse também que a gestão do manancial deve ser cada vez mais local.
O projeto é realizado por técnicos do Brasil, do Paraguai, do Uruguai e da Argentina desde 2003. O objetivo do mapeamento foi ampliar os conhecimentos sobre o sistema, formular um marco legal, institucional e técnico de gestão conjunta entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, implementar uma rede de monitoramento permanente, um sistema de informações e elaborar o Plano Estratégico de Ações. O projeto é pioneiro na América Latina.
Outro resultado do estudo é a divisão de quatro projetos- pilotos de gestão; Rivera-Santana; Itapua, Concórdia Salto e Ribeirão Preto. O Brasil é responsável pela gestão de Rivera-Santana, em gestão conjunta com o Uruguai e de Ribeirão Preto.
A próxima etapa será a implantação do Plano Estratégico de Ações (PEA) que visa identificar quais são as ações necessárias para resolver as principais ameaças a este sistema aqüífero. "[O Aquífero Guarani] é uma das maiores reservas de água doce do mundo, é estratégia nossa preservar", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
O programa apontou 11 eixos de ação a serem desenvolvidos em nível local, regional, nacional e transfronteiriço. Entre eles as que estão mais diretamente no âmbito do governo brasileiro são a coordenação da rede de monitoramento, o apoio ao desenvolvimento da gestão local e o desenvolvimento de programas técnico-científicos específicos para temas estratégicos. “Acho que o mais importante é a gestão no sentido de proteção, preservação e utilização racional [do aquífero] afirmou Cláudia Lima.
Foram investidos US$ 22 milhões no projeto, que foi implementado com recursos doados pelo Fundo para o Meio ambiente Mundial (GEF) e contrapartidas dos países, com o apoio do Banco Mundial e da Organização dos Estados Americanos.
A Coordenação Nacional do Projeto no Brasil esteve a cargo da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Meio Ambiente.
O Exército Brasileiro teve participação nestes trabalhos. Existia um boato interno de que 100% do referido aquífero estava dentro do nosso País, mas que seriam agregados Argentina, Paraguai e Uruguai para que se fortalecesse uma defesa. Algo multinacional é mais difícil de se tomar.
ResponderExcluirSegundo palavras do Sr. Antonio Fernando Peron Erbetta, quem descobriu o manancial de águas artesianas em Araguari, foi o Professor da Escola de Engenharia de Ouro Preto - MG, em 1945, Engenheiro, José de Carvalho Lopés, que perfurou o primeiro poço no Colégio das Freiras em 1945. Em 1946, perfurou um no Colégio Regina Pácis. No governo de Dr. Oswaldo Pieruccetti, foi chamado para perfurar mais 12 poços no Bairro de Fátima, onde hoje é a sede da SAE. Usou como instrumento de perfuração, a velha perfuratriz da então Estrada de Ferro Goiás, que a emprestou para o bem de Araguari.
ResponderExcluirO estudo relacionado ao Sistema Aquífero Guarani é um projeto envolvendo Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai. Para o início desse projeto, em 20.12.2002, o Ministério das Relações Exteriores assinou com a Agência Nacional de Águas e a Organização dos Estados Americanos um Termo de Ajuste complementar no valor de US$ 26,7 milhões. No Brasil, hoje, a responsabilidade pelo projeto mudou da Agência Nacional de Águas (ANA) para a Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (SRH/MMA). No início a OEA era a agência executora internacional do Projeto.
Natal
Os especialistas mais responsáveis com os recursos hídricos afirmam que a captação subterrânea deveria ser procedimento de nível estratégico e recomendam que os governos não estimulem a captação em excesso de águas do lençol freático por meio de poços artesianos. O nível desse manancial pode se reduzir da mesma forma que ocorre com as reservas de petróleo. A super exploração dos aqüíferos pode reduzir os níveis d’água, diminuindo a produção dos poços podendo levá-los ao esgotamento. Outra conseqüência disso é o estresse das plantas na superfície, além da falta de água para as pessoas. Mas como são águas quimicamente de melhor qualidade e de reduzida possibilidade de contaminação, os governos deixam de captar água dos rios por ser processo mais oneroso e como essa água profunda parece ser um recurso inesgotável também negligenciam no tratamento do esgoto.
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