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"Diabos também são agentes do processo de mudança"

Comentário do leitor Natal Fernando da Silva ao artigo publicado aqui sob o título de "A reverência esquecida. Ou, quem sabe, negligenciada", de autoria do jornalista Carlos Roberto Felice, que lamenta a falta um gesto oficial dos araguarinos para perpetuar, "em homenagem explícita", a memória do Prefeito Milton Lemos da Silva e a do Deputado Raul Belém: "Esse é mais um grito reprimido dos araguarinos, quase um gemido de uma população perplexa sem saber por que nossos heróis não são reverenciados nem em vida, muito menos depois de falecidos. Resta aos parentes observarem entristecidos ao tempo passar sem haver quem os socorram para fazer surgir, em algum lugar, alguma referência ao nome querido, que muitas vezes pareceu em vida aos familiares que deu mais valor aos problemas públicos do que aos carinhos cobrados em casa. Esses grandes políticos, como os que temos ainda vivos, a exemplo do Miltinho, viveram em ambientes da política nacional, onde no Congresso mesmo nos momentos de extrema divergência de opinião os pares se tratam com cortesia e respeito, a bem da melhor decisão. Entre os nossos cidadãos políticos residentes na cidade podem eles conviver harmonicamente? Podem eles unirem-se esquecendo idiossincrasias e impor regras de conduta para o futuro da cidade? Estou vendo hoje que em Araguari basta um herói deixar o cargo e o telhado vem abaixo com as pedradas, talvez para inibir sua pretensão na próxima campanha. O Alvim agora, por exemplo, creio que trabalhou muito, representou nossa cidade, e agora alguém vem reclamando que deixou de pagar uma conta de telefone... É possível diminuir o nível de leviandades? Nem pensem que tenho algum relacionamento com ele para justificar alguma defesa, mas não podemos retirar seus méritos utilizando leviandades para obscurecer uma obra a serviço da comunidade. Falo apenas para que examinem se podemos reverenciar os vivos! Se entendermos que não, ao menos não podemos dispensar esses experientes cidadãos que trabalharam mais que todos na cidade. Para me entenderem eu pergunto antes: os prefeitos convidam os ex-prefeitos para colaborarem em suas administrações? Será que os partidos políticos podem diminuir seus ódios de campanha, idiossincrasias, ideologias, vicissitudes, e se unirem ao prefeito? Saberão ouvir e calar na hora certa? É possível o prefeito aceitar essa ajuda sem que isso represente um prejuízo político para si mesmo? Entendo que as campanhas políticas deixam marcas nos condutores da vida da cidade, mas os partidos políticos são patrocinadores da perpetuação dos ressentimentos e do abandono ao qual estão relegados nossos heróis. Não culpem os araguarinos que não se envolvem na política partidária, são de bondade extremada, mas sofrem como vítimas das ideologias e das intrigas pessoais. Ou não? Então, se eu estiver certo, precisamos buscar ainda hoje a convivência pacífica, mesmo com aqueles que já estamos julgando como culpados, como indignos. Enfim, a cidade não é formada somente de santos e temos que aceitar que na vida pública, na vida política, também os diabos são agentes do processo de mudança em igualdade de condições legais."

2 comentários:

  1. De Fernando infernando eu gostaria de poder votar no Natal e mandá-lo pra Brasília. Ele já está em Brasília? Sim, mas no Palácio errado.

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  2. Amigo Aloisio, eu nem aguardava a distinção desse destaque. Estou grato. Mas é bom aguardarmos repercussão não para minha imagem pessoal, mas, já que você fez o destaque, quero acrescentar que aguardo sim que alguém se habilite e se ofereça para conciliar os grupos antagônicos da cidade para elaborar um projeto de futuro para a cidade, com visão ao nível de "estado". Chega de falar em buracos de rua, pequenas obras, etc., como se fossem os objetivos da prefeitos. Os araguarinos querem destaque para a cidade, sair do anonimato, da pequenice, etc. Queremos todos sermos grandes! Alguém se oferece para gerenciar um projeto futurístico para a cidade? Vamos construir um projeto suprapartidário, ultra-administrações, deixando de lado os buracos das ruas, as pequenas coisas e todos os partidos definirem uma pauta única de ação, com o único objetivo de todos saberem para que rumo a cidade vai? Evidentemente somente assim, despersonificando as administrações municipais, poderemos prestar homenagens aos nossos antepassados sem hipocrisia.
    abraço
    Natal

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