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Pichação emporcalha orelhões de Araguari

por Luciano Beregeno

Os orelhões da cidade estão sujos! Não, não estamos falando de orelhas grandes e com farturentas porções de cera. Nada disso. Falo dos telefones públicos em Araguari que, além da depredação causada por aspirantes a marginais, ainda são obrigados a ostentar um sem número de números (trocadilho absoluto) de serviços de mototáxis, famintos para conquistar o cliente menos preocupado com a qualidade de vida e a poluição visual da cidade.

Tamanhos são os absurdos provocados pela disputa do precioso e público – repita-se: público! – que o espaço em torno dos orelhões chega ao ponto de ter até o asfalto da rua borrado com os números das empresas que prestam o serviço.

Porém, o que mais chama a atenção no abuso da utilização do espaço público, é a impunidade e a facilidade com que proprietários ou prepostos, circulam com tintas, latas de spray e as fôrmas para pintura (gabaritos), sem qualquer repressão.

A impunidade ganha um empurrãozinho a mais quando se leva em conta a falta de um Código de Posturas do município pronto para ser aplicado e à completa ausência do Poder Público, que em nenhuma instância funcionou, até agora. Para que o cidadão possa ter noção por onde anda nosso andarilho Código de Posturas, sua última movimentação foi em dezembro de 2007, quando chegou na Câmara de Vereadores para mais uma interminável discussão e conseqüente deformação. Com o fim da administração de Marcos Alvim, o projeto que institui o tardio código voltou ao Executivo, que se prepara para novamente encaminhá-lo à votação dos vereadores.

Vale ainda lembrar que o assunto poderia ter sido acompanhado pelos vereadores e suas comissões temáticas, pelo Ministério Público, pela prefeitura e, principalmente, pelo cidadão comum, que deveria acionar a polícia a cada flagrante de desrespeito à imagem da cidade.

Alegar que nada foi feito por inexistência de lei que impeça o abuso, é argumento mentiroso. A Lei Municipal 1.638, de 27 de fevereiro de 1974, em seu artigo 157, é clara ao definir que a utilização do espaço público depende de licença da prefeitura. A mesma lei determina a apreensão, recolhimento do material e a aplicação de multa que varia entre 10 e 40 salários-mínimos vigentes, hoje, algo em torno de R$ 16 mil.

Ações

Responsável direta pela fiscalização do uso e abuso dos espaços públicos, a secretaria de Obras informou através da Assessoria de Imprensa que solicitará à Procuradoria-Geral do município, um estudo sobre o aspecto legal da questão e quais as alternativas disponíveis para acabar com tamanha poluição visual.

Se vale como sugestão, ao lado dos orelhões deveriam ser instalados displayers contendo informações como nome e telefone da empresa que presta serviço de transporte de passageiro, seja ele de táxi, mototáxi, charrete, bicicleta, enfim, qualquer informação que além de orientar o cidadão, também possa servir como instrumento de divulgação da cidade a turistas acidentais, perdidos pela cidade.

5 comentários:

  1. Taí, Berê... é desrespeito demais para com a coisa pública e "autoridade" demais nos gabinetes bem remunerados, pra cidadania de menos.
    Seria simples cumprir a lei, se as instituições quizessem de verdade funcionar.

    Mas, sempre tem "alguém" que é amigo de outro "alguém" e que não pode ser incomodado.

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  2. Orelhões? Sinceramente acho que poderiam ser extintos. A popularização de celulares tendem a isto. Tais ornamentos, em Araguari, só me fez perder tempo, pois parei em três para fazer uma ligação e nenhum estava funcionando. Viva o celular, custe o que custar!

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  3. Não são apenas os telefones públicos que sofrem tais ações.
    O desengajamento das pessoas pelas questões políticas, sejam elas no âmbito nacional, estadual ou municipal, não pode ser pensada como um fenômeno atual, mas como uma construção histórica que se iniciou em meandros da década de 80. Pode ser colocado que, o principal fator para este desengajamento da sociedade civil seria o esvaziamento do debate público. Pegando nossa realidade municipal, tem – se inúmeros exemplos deste esvaziamento. As praças, locais que historicamente propiciaram o debate a cerca do público, sofre cronicamente deste processo de esvaziamento. Exemplo em Araguari são as praças Getúlio Vargas, Manoel Bonito e Farid Nader, que não foram apenas relegadas a descaso pela administração municipal, mas transformadas em cemitérios, ou simples passarelas, onde as pessoas não mais reconhecem seus pares enquanto tais, mais sim, como indivíduos potencialmente perigosos. As praças foram pensadas como locais criados para estancar a monotonia das várias formas de arquitetura, que elevam ao seu entorno, que nos agride. Foram também pensadas como detentoras do poder de se tornarem agentes socializadores, para o reconhecimento mutuo dos indivíduos que compartilha do mesmo espaço urbano.
    E chegada à hora da nova administração municipal resgatar as praças de nossa cidade. Não apenas reformando – as, mas (re) transformando – as em espaços de lazer, cultura e debate a cerca do público, pois cidadãos pensados enquanto indivíduos integrados a democracia participativa, somente surgiram a partir do momento que o senso de público for corriqueiro em suas ações cotidianas.

    ANARQUIA DE IDÉIAS JÁ! ALÉM DO CREPÚSCULO SUFRÁGICO!

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  4. Essa questão para mim não é tão clara.

    Ao olhar a foto estampada na pagina, alguém se lembrou do vem escrito na parte externa do Orelhão?

    Tudo bem, o espaço é público, mas o serviço é privado.

    No meio do meu espaço público eu vejo uma logomarca com o nome de uma multimilionária empresa de Telecomunicações que presta um serviço privado (ainda que de utilidade pública), então me vem em mente que diante dos valores capitalistas, o moto-taxista (que geralmente foi empurrado para esta atividade informal), se sinta no direito de usurpar da mesma forma o espaço para garantir seu ganha pão.

    Cidades túristicas muitas vezes contam com personalizações em seus telefones públicos, e talvez seja o caso de oficilizar essas personalizações antes de exigir que utilizem o lado de dentro da propaganda de outra empresa, por sinal muito maior e bastante lucrativa em um ramo intimamente ligado aos investimentos estatais.

    Atenciosamente.
    Riberto de Sousa Junior.

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  5. Essa questão para mim não é tão clara.

    Ao olharem para a foto que ilustra essa página, alguém se lembrou das core e logomarca estampadas na parte exterior do Orelhão?

    Tudo bem, o espaço é público, mas o serviço é privado.

    No meio do meu espaço público eu vejo uma logomarca com o nome de uma multimilionária empresa de Telecomunicações que presta um serviço privado (ainda que de utilidade pública), então me vem em mente que diante dos valores capitalistas, o moto-taxista (que geralmente foi empurrado para esta atividade informal), se sinta no direito de usurpar da mesma forma o espaço para garantir seu ganha pão.

    Cidades túristicas muitas vezes contam com personalizações em seus telefones públicos, e talvez seja o caso de oficilizar essas personalizações antes de exigir que utilizem o lado de dentro da propaganda de outra empresa, por sinal muito maior e bastante lucrativa em um ramo intimamente ligado aos investimentos estatais.

    Atenciosamente.
    Riberto de Sousa Junior.

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