Sem terras
Aristeu Nogueira Soares
Sem-terra é aquele que mais tem intimidade com a terra, chega a ser promÃscuo.
Existe um movimento polÃtico intitulado “Sem-Terras”, mas que também é sem-foice ou sem-enxada ou sem-facão. Bradam tal ferramental apenas como armas ou como um ideal desvirtuado.
Participei do loteamento de cerca de uma dezena de fazendas, no Entorno de BrasÃlia, para a Reforma Agrária. Foi uma experiência admirável!
O INCRA, sabiamente, só efetiva a titularização das fazendas, após três anos de ocorrida a ocupação. Com esse tempo somente permanecem aqueles que realmente sobrevivem da mesma. Há uma seleção natural e, quando ocorre a legalização, cerca de dez por cento são os originários, o outro percentual é preenchido por famÃlias previamente cadastradas, mansas e pacÃficas.
Aos futuros proprietários das glebas são repassadas instruções, pelo IBAMA, de como proceder com as nascentes, reservas e animais silvestres, talvez dispensáveis, pois ali estão os verdadeiros filhos da terra.
Enquanto a terra não vem são montadas associações, escolas, creches e o cultivo coletivo.
A situação nos acampamentos é precária, mas nota-se na cara de cada um a esperança, não como a última que morre, mas a primeira que nasce.
Como topógrafo se faz a divisão, mas como hóspede dá vontade de repartir o melhor quinhão pra o anfitrião, o que certamente seria dispensado.
Comi muito arroz com abóbora e, nos finais de semana, carne-seca, algo muito salutar - É só lutar!
Tenho muita vontade de visitá-los, um a um. Tenho a certeza de que ali encontrarei muito verde, muitos sorrisos de porteira aberta e muito amor.
Qualquer um que julga os verdadeiros sem-terras como baderneiros ou vendedores da titulação, está convidado a ir comigo, mas leve boa bagagem, pois poderá não querer retornar.
Sem-terra é aquele que mais tem intimidade com a terra, chega a ser promÃscuo.
Existe um movimento polÃtico intitulado “Sem-Terras”, mas que também é sem-foice ou sem-enxada ou sem-facão. Bradam tal ferramental apenas como armas ou como um ideal desvirtuado.
Participei do loteamento de cerca de uma dezena de fazendas, no Entorno de BrasÃlia, para a Reforma Agrária. Foi uma experiência admirável!
O INCRA, sabiamente, só efetiva a titularização das fazendas, após três anos de ocorrida a ocupação. Com esse tempo somente permanecem aqueles que realmente sobrevivem da mesma. Há uma seleção natural e, quando ocorre a legalização, cerca de dez por cento são os originários, o outro percentual é preenchido por famÃlias previamente cadastradas, mansas e pacÃficas.
Aos futuros proprietários das glebas são repassadas instruções, pelo IBAMA, de como proceder com as nascentes, reservas e animais silvestres, talvez dispensáveis, pois ali estão os verdadeiros filhos da terra.
Enquanto a terra não vem são montadas associações, escolas, creches e o cultivo coletivo.
A situação nos acampamentos é precária, mas nota-se na cara de cada um a esperança, não como a última que morre, mas a primeira que nasce.
Como topógrafo se faz a divisão, mas como hóspede dá vontade de repartir o melhor quinhão pra o anfitrião, o que certamente seria dispensado.
Comi muito arroz com abóbora e, nos finais de semana, carne-seca, algo muito salutar - É só lutar!
Tenho muita vontade de visitá-los, um a um. Tenho a certeza de que ali encontrarei muito verde, muitos sorrisos de porteira aberta e muito amor.
Qualquer um que julga os verdadeiros sem-terras como baderneiros ou vendedores da titulação, está convidado a ir comigo, mas leve boa bagagem, pois poderá não querer retornar.
Perfeito o artigo de Aristeu Nogueira. Poucos são os que têm coragem para defender essa classe que, quando mal orientada, serve de massa de manobra para grupos radicais, entretanto, a dignidade está estampada no rosto de cada pessoa que verdadeiramente tem vocação para lapidar a terra e encontra nela, um fio de esperança para um futuro melhor.
ResponderExcluirAdemais, ser massa de manobra não é privilégio exclusivo de quem batalha pela terra, porque as armadilhas e interesses "muito particulares" estão espalhados e com mecanismos capazes de atrair inclusive os tidos como "espertos".
Certamente os assentamentos de Araguari (Bom Jardim e Ezequia dos Reis e o acampamento "Padre Eduardo" sentirão bem com sua presença.
Enivaldo Silva
Aristeu narra com clareza e conhecimento de causa, uma realidade tão criticada quanto mal compreendida pela maioria. Parabéns Aristeu. Como secretário de saúde de Araguari pude visitar assentamentos e observar, ainda que sem a mesma profundidade que você, o denodo e a vocação para o cultivo da terra, contrariamente à ganância latifundiária que se espalhou pelo paÃs.
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