A farra dos vereadores
Foram 58 os votos favoráveis, numa sessão do Senado que se estendeu noite adentro, à emenda constitucional que aumenta o número dos vereadores em atividade -se cabe o termo- nos municípios brasileiros.
Como se não bastassem os mais de 50 mil que já existem, o Senado apoiou, por ampla maioria, a criação de mais 7.343 cadeiras nas Câmaras Municipais de todo o país.
Não apenas os fisiologistas contumazes do PMDB e os seus cúmplices da base governista se associaram nessa expedição de assalto aos interesses do contribuinte e à credibilidade das instituições democráticas.
Dos santarrões da oposição, foram poucos os que não viram nesse inchaço artificial das tropas legislativas uma oportunidade para acomodar novos e velhos correligionários. Apenas seis senadores (cinco votos contrários e uma abstenção) não quiseram endossar a medida.
A emenda já constituía um insulto quando foi aprovada, dias antes, pela Câmara dos Deputados. No Senado, decidiu-se ir além, retirando um dispositivo que previa -pelo menos- limitar os gastos que a medida fatalmente haveria de provocar.
A própria Mesa da Câmara, considerando que o Senado modificou o teor da emenda, resolveu submetê-la a nova avaliação. Não será, portanto, promulgada agora -o que pelo menos impedirá que a medida entre em vigor na legislatura a ser iniciada no mês que vem. Ganha-se algum tempo, e ninguém perde os seus sapatos. Artigo de valor, sem dúvida, nos dias que correm.
Que sapatos que nada... Qualquer depuptado ou senador que aparecer por estas paragens será tratado com mesuras, canapés e a costumeira babação de ovo.
ResponderExcluirAnos atrás, no auditória da ACIA, quando questionei um deputado federal sobre o arquivamento da CPI dos Medicamentos, acharam que fui deselegante. Mas o homem não conseguiu explicar...
Da mesma forma, quando era secretário de saúde, durente "entrega" de uma ambulância, disse ao então senador Aelton Freitas que o veículo era bem vindo, mas a Saúde precisava de muito mais, principalmente da aprovação da regulamentação da Emenda Constitucional 29/2000. Alguns acharam (novamente) que fui deselegante.
Em tempo: a Emenda 29, que define percentuais MÍNIMOS de gastos com Saúde, aguarda regulamentação desde 2002. Enquanto isso, a emenda dos Vereadores foi aprovada a toque de caixa.
Esse é o nosso Brasil. E somos todos nós quem fazemos o país. O país continuará sendo essa piada pronta, enquanto o culto ao personalismo se sobrepor à cidadania.