Selo eterniza trabalho da artesã mineira Izabel Mendes
Por AGÊNCIA MINAS - As premiadas bonecas de barro da Mestra Dona Izabel Mendes, produzidas no distrito de Santana do Araçuaí, município de Ponto dos Volantes, Território Médio e Baixo Jequitinhonha, poderão chegar na casa de milhares de brasileiros e até mesmo em várias partes do mundo. Em cerimônia realizada nesta terça-feira (20/9), a regional mineira dos Correios, em parceria com o Governo de Minas Gerais, eternizou o trabalho da artesã em um conjunto de selos especiais. A iniciativa é uma parceria da Secretaria Extraordinária de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (Sedif), por meio da Coordenação de Artesanato, da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), Instituto de Desenvolvimento do Norte de Minas (Idene) e o Centro de Artesanato Mineiro.
A coleção é composta por cinco selos diferentes. Foto: Cintia Rezende/Sedif |
Matriarca da família, Dona Izabel, falecida em 2014 aos 90 anos, usava o barro para sustentar seus quatro filhos após ficar viúva. Hoje, suas bonecas são reconhecidas em todo o país. Sua arte já recebeu prêmios como o Unesco de Artesanato para a América Latina (2004), a Ordem do Mérito Cultural (concedida pelo Ministério da Cultura em 2005) e o Prêmio Culturas Populares (Ministério da Cultura, em 2009).
Mesmo com tantos prêmios, Dona Izabel é lembrada por seus filhos como uma mulher calma e humilde. Glória Mendes, filha da artesã e também ceramista, destacou a perseverança de sua mãe. “Ela sempre dizia que fraco é quem não tem coragem de seguir seus sonhos, e ela conseguiu conquistar muito além do que sonhava. Se estivesse aqui hoje, estaria muito grata”, disse. Toda a família da artesã estava presente no lançamento - filhos, netos e bisnetos.
A presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), Carolina Oliveira Pimentel, também presente ao evento, reforçou a importância do reconhecimento do trabalho da artesã. “Hoje é um dia comemoração e de muita alegria, já que Dona Izabel representa vários pilares de atuação do Servas, como o empoderamento feminino, o fortalecimento do artesanato e a transformação social”, disse.
A iniciativa dos selos foi do Valemais – Instituto Sociocultural do Jequitinhonha, que inscreveu o trabalho de Dona Izabel no edital dos Correios. O instituto tem como objetivo divulgar a cultura e promover ações capazes de transformar a realidade do Vale do Jequitinhonha. Para Gonzaga Medeiros, diretor-executivo da entidade, a proposta dos selos homenageando Dona Izabel veio a partir da vontade de valorizar um trabalho que representa tão bem a cultura da região. “A obra da Mestre Izabel inspirou muitos outros artesãos e artesãs e não poderíamos deixar de fazer essa homenagem a uma figura tão relevante na nossa cultura”, frisou.
Incentivo à arte e cultura
A coleção é composta por cinco selos diferentes, destacando bonecas que representam valores que Dona Izabel atribuía ao universo feminino, como o noivado, a amamentação e a beleza da mulher. Com uma tiragem de 400 mil unidades, a coleção é a única mineira lançada em 2016 e irá para unidades dos Correios no Brasil inteiro. O diretor regional dos Correios, Juarez Ribeiro, destacou a importância do momento para a história artística de Minas Gerais. “As coleções de selo são uma forma de se contar a história do país, e registrar o trabalho de uma artesã tão importante para o movimento mineiro é um momento único e muito especial”, disse.
O secretário de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais, Fábio Cherem, acredita que o reconhecimento e cuidado dos Correios em incluir e valorizar a arte popular ajudará a eternizar a obra da artista mineira. “Dona Izabel ensinou a uma família inteira e a diversas gerações a importância do artesanato, que gera renda, desenvolvimento econômico e social no Vale do Jequitinhonha”, afirmou.
Também estavam presentes no evento o diretor do Centro de Arte Popular da Cemig, Tadeu Bandeira; o diretor do Idene, Ricardo Campos, e o presidente do Centro de Artesanato Mineiro, Flávio Vignoli.
Também estavam presentes no evento o diretor do Centro de Arte Popular da Cemig, Tadeu Bandeira; o diretor do Idene, Ricardo Campos, e o presidente do Centro de Artesanato Mineiro, Flávio Vignoli.
Foto: Cintia Rezende/Sedif |
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