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Prefeitos debatem referenciamento da saúde

O referenciamento da saúde nos municípios pertencentes à Associação da Microrregião do Vale do Paranaíba (Amvap) foi a principal pauta de discussão na reunião dos prefeitos, na manhã desta sexta-feira (23), em Uberlândia. A questão envolve a mudança na forma do recebimento de pacientes no Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), que pela proposta apresentada, teria a entrada de pacientes por encaminhamento, em vez da forma direta como ocorre hoje em dia.  “Precisamos estruturar essa rede para evitar sobrecarga e temos de ajustar esse processo”, afirmou Elmiro Santos Resende, reitor da Universidade Federal de Uberlândia.


O presidente da Amvap e prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado, reafirma que as soluções devem nascer do debate aberto que hoje existe entre os municípios e os governos do Estado e Federal. “Vamos buscar novos recursos para custear o sistema de atendimento. Não só o Hospital de Clínicas, mas também para o Hospital e Maternidade Municipal de Uberlândia, que já oferta novos serviços e trabalha muito melhor e os números mostram isso”, analisou.

Por ser referência para a região macro Norte do Triângulo Mineiro, pacientes de todas essas cidades podem ser encaminhados ao HC-UFU para atendimento no complexo hospitalar, via regulação e pactuação. Em função da alta demanda e processo progressivo de endividamento, visto que os recursos para o custeio da saúde são fixos, a direção do hospital já debate com o Ministério Público, Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia e Conselho Municipal de Saúde a proposta.

Pela proposta o novo fluxo deverá ter a regulação dos municípios e Estado, pelo sistema SUSFácil, enviando parte de casos de média e toda alta complexidade ao HC-UFU. Os municípios ficariam com parte da média e toda a demanda da baixa complexidade.

A ação evita que casos de baixa complexidade ou que tenham tratamento possível em outras unidades de saúde sejam encaminhados ao HC-UFU, ocupando vagas que poderiam ser destinadas a casos mais complexos. “O Hospital de Clínicas está indiscutivelmente atendendo casos que podem ser tratados de forma igual ou melhor em outro local. A solução é regular a forma que o paciente entra. Continuaremos com o mesmo número de leitos e a mesma capacidade. Complexidade alta precisa de vaga especializada”, reforçou o diretor-geral do Hospital de Clínicas da UFU, Miguel Tannus Jorge.

Nesse sentido, o Pronto Socorro do HC-UFU continuará funcionando com os mesmos profissionais, porém atendendo a patologias que obedecem a casos de maior complexidade, dentro da pactuação existente dos municípios com o prestador de serviço. O trabalho em rede é essencial para essa regulação e Uberlândia tem como modelo as oito Unidades de Atentimento Integrado (UAIs). Os município vizinhos terão de utilizar métodos de referenciamento similiares em suas unidades para colaborar com a nova forma de encaminhamento. “O fortalecimento da região ajuda na diminuição da demanda em Uberlândia. Fazer a prevenção a partir da atenção primária, especialmente nos casos de hipertensão e diabetes, auxilia nesse quadro”, apontou Daltro Catani, superintendente regional de Saúde.

A maior parte dos atendimentos de alta complexidade se enquadra em doenças cardiovasculares como infartos e derrames, além dos traumas. De acordo com o secretário de Saúde de Uberlândia, Almir Fontes, a visão de rede é providencial. “A saúde é o setor que mais exige investimento no serviço público. Nesse momento, temos de enfrentar a realidade e nos prepararmos para a demanda que virá nos próximos anos. Essa discussão tem de ser feita entre todos os entes e pelo Controle Social, pois embora a avaliação técnica pareça satisfatória no sentido de organizar o fluxo, somente com a participação de todos teremos força para resolvermos as questões saúde”, analisou. Almir Fontes ainda informou que a Secretaria de Saúde de Uberlândia prepara um fórum regional para discutir a saúde pública numa visão atual, de médio e longo prazo.

O reitor da UFU, Elmiro Rezende, destacou que a mudança do funcionamento do Pronto Socorro de forma referenciada visa a ajudar no sentido de atender à demanda real da população. “O HC tem vocação de atuar em alta complexidade e nada melhor que, numa situação de escassez de recursos, a gente se dedique à atenção dessa alta complexidade. Se houver mudança de cenário, a direção está disponível a retomar a discussão e analisar outras propostas”, adiantou.

O reitor informou também que o Hospital de Clínicas investiu em melhorias no atendimento de olho no crescimento da demanda. A direção autorizou a contratação de um novo contingente de profissionais para atuar nas UTIs. Também vai criar uma unidade coronariana, melhorar a atenção do CAPS-AD para que ele funcione 24h e em breve concretizará as obras de ampliação do número de salas cirúrgicas de quatro para 16. O reitor ainda anunciou que o Conselho Universitário aprovou a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e os estudos técnicos para a transição já foram iniciados.

Fonte: ASCOM/PM Uberlândia

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