Pandemia no Congresso
MarÃlia Alves Cunha
Mais uma vez a confiança do cidadão foi afrontada, o Congresso Nacional varrido por ondas de denúncias que abalam o prestÃgio e o equilÃbrio da instituição e instigam a imaginação do povo brasileiro quanto ao relevo do trabalho parlamentar. Depois do mensalão, das denúncias de doações irregulares de empreiteiras, do absurdo caso das diretorias e servidores “crescendo como cogumelos e promovendo sangria nos cofres públicos”, das verbas indenizatórias e coisas mais, a hora e a vez é da farra das passagens aéreas. Esmiuçar o assunto torna-se desnecessário, pois a grande maioria da população brasileira sabe perfeitamente que uma parcela do nosso dinheirinho, engolido gulosamente pelos cofres governamentais em forma de impostos, estava voando em céu de brigadeiro, servindo a polÃticos e seus parentes, aderentes e até beldades da TV.
As desculpas e as culpas brotam de todos os cantos: de teoria conspiratória, armação da imprensa, distorção da mÃdia a patrulhamento de jornalistas. Porém, o pior das desculpas é o uso da capa da legalidade, para minimizar descomunal crise ética, ao invés de um sincero e arrependido “mea culpa”.
Os nossos representantes no Congresso Federal, acredito, conhecem uma lição importante: o princÃpio da legalidade é princÃpio basilar que qualifica o Estado de Direito e lhe dá identidade própria. Está presente no artigo 5º da Constituição Federal e é de fácil compreensão: significa que os agentes públicos nada podem fazer além do que a lei determinar, contrariamente dos particulares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não proÃbe. Para os congressistas (ou alguns deles) o equÃvoco deveu-se à escassez de regras quanto ao assunto. Desculpa sensacional! O crédito é do parlamentar (dinheiro é público) e a falta de regras precisas a respeito das formas de gastá-lo, redundou em verdadeira confusão entre o que é público e o que é privado. De acordo com celebrado jornalista “o problema não está na escassez de regras, mas no excesso de imaginação”...
Um forte “espÃrito de corpo” leva muitos congressistas a esconder-se no silêncio, quando algum escândalo agita o mar das mordomias e das facilidades que entremeiam a atividade parlamentar. Mais do que esta conjunção, existem muitas pedrinhas escondidas nos sapatos que começam a fazer calos doloridos, quando os pecados são postos à opinião pública.
O Congresso Nacional, assim como todas as casas legislativas, são importantes, mais do que importantes, fundamentais à existência do Estado de Direito e da própria democracia. Como quase todo bom brasileiro não desisto nunca. Continuo acreditando em nossas instituições, esperando que das trevas nasça luz e que medidas moralizadoras, em todos os aspectos, sejam tomadas de pronto, para restaurar de vez a abalada confiança e fé dos brasileiros. Afinal de contas, a grande arma está em nossas mãos: o voto consciente e dirigido aos que cumprem o dever de servir com seriedade, ética e honradez a nação brasileira.
Mais uma vez a confiança do cidadão foi afrontada, o Congresso Nacional varrido por ondas de denúncias que abalam o prestÃgio e o equilÃbrio da instituição e instigam a imaginação do povo brasileiro quanto ao relevo do trabalho parlamentar. Depois do mensalão, das denúncias de doações irregulares de empreiteiras, do absurdo caso das diretorias e servidores “crescendo como cogumelos e promovendo sangria nos cofres públicos”, das verbas indenizatórias e coisas mais, a hora e a vez é da farra das passagens aéreas. Esmiuçar o assunto torna-se desnecessário, pois a grande maioria da população brasileira sabe perfeitamente que uma parcela do nosso dinheirinho, engolido gulosamente pelos cofres governamentais em forma de impostos, estava voando em céu de brigadeiro, servindo a polÃticos e seus parentes, aderentes e até beldades da TV.
As desculpas e as culpas brotam de todos os cantos: de teoria conspiratória, armação da imprensa, distorção da mÃdia a patrulhamento de jornalistas. Porém, o pior das desculpas é o uso da capa da legalidade, para minimizar descomunal crise ética, ao invés de um sincero e arrependido “mea culpa”.
Os nossos representantes no Congresso Federal, acredito, conhecem uma lição importante: o princÃpio da legalidade é princÃpio basilar que qualifica o Estado de Direito e lhe dá identidade própria. Está presente no artigo 5º da Constituição Federal e é de fácil compreensão: significa que os agentes públicos nada podem fazer além do que a lei determinar, contrariamente dos particulares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não proÃbe. Para os congressistas (ou alguns deles) o equÃvoco deveu-se à escassez de regras quanto ao assunto. Desculpa sensacional! O crédito é do parlamentar (dinheiro é público) e a falta de regras precisas a respeito das formas de gastá-lo, redundou em verdadeira confusão entre o que é público e o que é privado. De acordo com celebrado jornalista “o problema não está na escassez de regras, mas no excesso de imaginação”...
Um forte “espÃrito de corpo” leva muitos congressistas a esconder-se no silêncio, quando algum escândalo agita o mar das mordomias e das facilidades que entremeiam a atividade parlamentar. Mais do que esta conjunção, existem muitas pedrinhas escondidas nos sapatos que começam a fazer calos doloridos, quando os pecados são postos à opinião pública.
O Congresso Nacional, assim como todas as casas legislativas, são importantes, mais do que importantes, fundamentais à existência do Estado de Direito e da própria democracia. Como quase todo bom brasileiro não desisto nunca. Continuo acreditando em nossas instituições, esperando que das trevas nasça luz e que medidas moralizadoras, em todos os aspectos, sejam tomadas de pronto, para restaurar de vez a abalada confiança e fé dos brasileiros. Afinal de contas, a grande arma está em nossas mãos: o voto consciente e dirigido aos que cumprem o dever de servir com seriedade, ética e honradez a nação brasileira.
Pandemia e Pandemônio
ResponderExcluirAlém de Pandemia aplicar-se muito bem ao artigo, gostaria de acrescentar outra palavra que mostra o local onde ela acontece, retirada do dicionário:
Pandemônio: s.m. Capital imaginária dos Infernos. / Reunião de indivÃduos para a prática do mal ou promoção de desordens. / Fig. Assembléia tumultuosa. / Lugar onde reina a confusão e onde ninguém se entende; balbúrdia.
Pandemônio: Lugar de desordem ( brigas e discussões,grosserias)
Como na Igreja os polÃticos deveriam ser celibatários, mas só que fisicamente castrados, né Lugo?
ResponderExcluirCarÃssima MarÃlia,
ResponderExcluirCertamente pandemia é por conta da ocorrência no mundo todo de surtos de comportamentos contagiosos em ambientes polÃticos. A indignação geral é a mola para a correção de atitudes da vida pública. E de revolução em revolução temos novos tempos, novos progressos. Suas palavras contribuem para as mudanças. Aliás, redação que parece evoluir de crônica para nÃvel jornalÃstico mais técnico, inclusive com enquadramento legal. Mais parece um editorial. Mas é a sua indignação estampada. A imprensa e você tem o poder que a parcela da população sem representação de classe necessita como porta vozes e emissários da indignação coletiva. Uma sociedade novata a ver pelo comportamento dos seus representantes parlamentares. Atitudes juvenis, apesar de pátria gigante pela própria natureza. Sou ex-funcionário da Câmara dos Deputados; vivi lá e conheço bem a sua inteligência e a dimensão de caixa de ressonância da sociedade, garantindo a democracia. Para essa “casa” vão deputados virtuosos e outros de diversos matizes todos enviados por nossos colegas, vizinhos, parentes, amigos, etc. Agora quem administra a Câmara é o mineiro no seu terceiro mandato, médico, 66 anos, 1º Secretário desde fevereiro, Deputado Rafael Guerra (PSDB-MG). Acabou agora, por força da opinião pública, a emissão das passagens para familiares. Era tradição de mais de 50 anos no Congresso. Mas ainda a “casa” do povo continuará com outros esqueletos como os serviços terceirizados, auxÃlio moradia, 400 apartamentos para manter (90 em reforma por um ano, 100 em condições inabitáveis), etc. Como se vê, ainda leremos muitas crônicas a respeito. Mas deixo a sugestão, desde já, para que a imprensa discuta a natureza da personalidade do cidadão/parlamentar que vai para BrasÃlia e se habitua a uma estrutura como a existente no Congresso. Um ambiente de poder e vida somente comparável a 10% do nÃvel dos lugares de trabalho de seus eleitores. Mas não tem cabimento que um funcionário público, muito menos em trabalho temporário, peça à sua repartição pública passagens para seus familiares, amigos, etc....
N.
As "casas" são importantes. Andam é mal frequentadas...
ResponderExcluir