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Patos de Minas: vereador coloca cargo de assessor para sorteio

Da Agência Estado:

O Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquérito para apurar o inusitado critério que um vereador eleito da cidade de Patos de Minas adotou para a contratação de dois auxiliares. Vereador mais votado do município localizado a 400 quilômetros de Belo Horizonte, Pedro Lucas Rodrigues (PP), o Xará, anunciou num jornal da cidade, no fim de semana passado, um anúncio no qual convoca a população interessada a participar de um sorteio para concorrer aos cargos de assessor parlamentar, com remuneração bruta mensal de R$ 1.850.

No anúncio, Xará informa que apenas um dos cargos exige segundo grau completo. No outro, não há exigência de escolaridade. "Para mim não há problema se o cidadão é analfabeto ou não", afirmou ele a uma emissora de TV local. Serão sorteados ainda dois suplentes dos assessores. A pretensão de Xará é realizar o sorteio no dia 12 de dezembro, no plenário da Câmara Municipal.

Porém, o MP tenta barrar a iniciativa. "Tivemos acesso ao exemplar do jornal e instauramos imediatamente um inquérito civil público. A gente entende que o sorteio não é um critério de admissão ao serviço público previsto na nossa legislação. E que isso fere os princípios da moralidade e eficiência administrativa", disse o promotor José Carlos de Oliveira Campos Júnior. "A sorte não pode ser critério de acesso ao serviço público." Segundo ele, o vereador será convocado para assinar um termo de ajustamento de conduta, se comprometendo a cancelar o sorteio.

A reportagem não conseguiu localizar nesta sexta-feira o vereador, eleito em outubro com 3.919 votos, ou 5,17% do total de votos válidos. No entanto, em entrevista à emissora de TV, Xará defendeu o critério que adotou para a contratação dos auxiliares. "Na hora de pedir o voto, nós pedimos a todo cidadão. Na hora de pagar imposto, é todo cidadão (que paga). Então, nós queremos que o cidadão tenha também esse direito de concorrer a uma vaga como assessor legislativo.

4 comentários:

  1. Esse tal de Ministério Público consegue "secar" até a sorte dos outros, se bem que fazer parte do funcionalismo público é uma grande furada, a não ser que pertença ao MP.

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  2. O Xará tá certo. Se pra ser vereador não precisa de qualificação (nem moral) que se esculhambe de vez a coisa.

    Cada vez mai atual a célebre frase do jornalista Sergio Porto, o Stalislaw Ponte Preta: "Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!"

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  3. Em tempo: onde andava o Ministério Público, durante a eleição, que não fiscalizou a imoral e escancarada COMPRA DE VOTOS?

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  4. O vereador está agindo conforme manda o senso dos políticos. Se eles se consideram donos da coisa pública, podem fazer o que quiserem com os cargos de que dispõem.
    Interessante notar que, em termos de mazelas, a mais pobre das cidades do país não difere da mais rica ou avançada. Tanto em Brasília quanto em Anhaguera, os políticos aprendem rápidamente como dar fim ao dinheiro público.
    Um exemplo desse nivelamento por baixo é a tal verba de gabinete (que deve ter outros nomes Brasil afora). POr meio dela, o parlamentar pode contratar determinado números de assessores, os quais, em regra, passam o mandato fazendo qualquer coisa que não seja servir ao público. Da mera distribuição de dentaduras ao transporte de malas de dólares, eles se prestam a todos os papéis possíveis e imagináveis ou não.
    Por que, em vez de entupir o parlamento de assessores, os políticos não resolvem admtitir funcionários mediante concurso público? Aposto que uma das desculpas vai ser a Lei de Responsabilidade Fiscal...

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