Um anjo chamado Zoé
Vera Vilela
Em homenagem ao Dia do Professor, comemorado hoje.
Quando entrei na escola, aos 7 anos de idade, eu já sabia ler e escrever, mas imaginar-me num local cheio de gente, fora de casa e com um adulto estranho, me horrorizava.
Meu primeiro dia de aula foi uma coisa bem traumatizante. Fui sozinha, já começa aí o medo, as crianças todas numa bagunça geral se aglomeravam no pátio da escola. Os nomes eram chamados e íamos fazendo uma fila em frente ao professor. Nesse dia já comecei a perceber como é difícil ter o nome começado com a letra vê, me deu até dor de barriga ver todas as crianças serem chamadas e eu ficar por último.
Fomos todos em fila para a sala de aula, eu mal levantava a cabeça de vergonha. Entramos e cada um escolhia seu lugar, como última da fila, sentei-me onde sobrou.
Quando finalmente levantei a cabeça vi uma mulher enorme, horrível, se apresentar como Zoé!
Uma tremedeira tomou conta de mim. Fiquei com pavor daquela figura enorme ali em minha frente, não sabia o que fazer quando tive a idéia: pedir para ir ao banheiro.
E deu certo, a professora deixou!
Saí dali correndo feito doida, só parei duas quadras além, já bem perto de casa e pensei:
Não posso chegar em casa antes do final da aula, o que faço agora?
Novamente pensei, pensei e resolvi ir para casa e dizer para minha mãe que simplesmente fui ao banheiro. E foi o que fiz.
Claro que no dia seguinte minha mãe precisou me acompanhar até a escola e explicar o acontecido. Com a mãe do lado a professora já não me pareceu assim tão feia e perigosa, aliás, durante o ano pude perceber quão linda ela era e que dedicação tinha com todos e uma visível predileção a mim.
Fui a primeira aluna da classe, sempre, as melhores notas e a mais dedicada. Até o último ano do grupo (4ª série) fui sempre a primeira, adorava escrever, especialmente quando era “composição a vista de uma gravura”. A professora adorava meus escritos. Como era bom inventar minhas histórias todas. Eu também adorava decorar os versinhos para dizer no pátio, nas datas comemorativas, dona Zoé orgulhava-se sempre em me anunciar.
Tive muita sorte em ter uma professora tão dedicada e competente logo no primeiro ano da escola, tanto que jamais esqueci seu rosto, suas mãos carinhosas e seu nome.
Em homenagem ao Dia do Professor, comemorado hoje.
Quando entrei na escola, aos 7 anos de idade, eu já sabia ler e escrever, mas imaginar-me num local cheio de gente, fora de casa e com um adulto estranho, me horrorizava.
Meu primeiro dia de aula foi uma coisa bem traumatizante. Fui sozinha, já começa aí o medo, as crianças todas numa bagunça geral se aglomeravam no pátio da escola. Os nomes eram chamados e íamos fazendo uma fila em frente ao professor. Nesse dia já comecei a perceber como é difícil ter o nome começado com a letra vê, me deu até dor de barriga ver todas as crianças serem chamadas e eu ficar por último.
Fomos todos em fila para a sala de aula, eu mal levantava a cabeça de vergonha. Entramos e cada um escolhia seu lugar, como última da fila, sentei-me onde sobrou.
Quando finalmente levantei a cabeça vi uma mulher enorme, horrível, se apresentar como Zoé!
Uma tremedeira tomou conta de mim. Fiquei com pavor daquela figura enorme ali em minha frente, não sabia o que fazer quando tive a idéia: pedir para ir ao banheiro.
E deu certo, a professora deixou!
Saí dali correndo feito doida, só parei duas quadras além, já bem perto de casa e pensei:
Não posso chegar em casa antes do final da aula, o que faço agora?
Novamente pensei, pensei e resolvi ir para casa e dizer para minha mãe que simplesmente fui ao banheiro. E foi o que fiz.
Claro que no dia seguinte minha mãe precisou me acompanhar até a escola e explicar o acontecido. Com a mãe do lado a professora já não me pareceu assim tão feia e perigosa, aliás, durante o ano pude perceber quão linda ela era e que dedicação tinha com todos e uma visível predileção a mim.
Fui a primeira aluna da classe, sempre, as melhores notas e a mais dedicada. Até o último ano do grupo (4ª série) fui sempre a primeira, adorava escrever, especialmente quando era “composição a vista de uma gravura”. A professora adorava meus escritos. Como era bom inventar minhas histórias todas. Eu também adorava decorar os versinhos para dizer no pátio, nas datas comemorativas, dona Zoé orgulhava-se sempre em me anunciar.
Tive muita sorte em ter uma professora tão dedicada e competente logo no primeiro ano da escola, tanto que jamais esqueci seu rosto, suas mãos carinhosas e seu nome.
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