Domingo feliz
(*) Vera Vilela
Aquele domingo prometia ser como todos os outros: muito chato!
Sozinha, sem companhia para almoçar, sem nada para fazer, dia chato!
Mas foi dando uma coisa estranha naquela menina, uma animação fora do comum.
Tomou um banho, lavou com capricho seus cabelos e os secou enroladinho nas pontas.
Passou um lápis, um batom e de repente, com um sorriso maroto resolveu colocar o vestido novo que comprara no dia anterior. Um vestido fresquinho de malha, lilás.
Uma sandália abertinha e um perfume gostoso.
Saiu sem rumo.
Deu umas voltas pela cidade com o carro, passou em frente aquela churrascaria maravilhosa... hum... adivinha? Lá foi ela comer um senhor rodÃzio.
Permitiu-se tomar um chope, com lei seca e tudo. Dane-se!
E lá pareciam todos felizes, muita conversa, muita comida e, mesmo sozinha na mesa, sentia-se acompanhada.
Saiu de lá com falta de ar, acho que faltava espaço na barriga... rs
Foi pra casa e se deitou, nada mais podia fazer.
Alegria de barriga cheia.
Cochilou por uma hora mais ou menos e acordou ainda com aquela vontade de sair.
Pela janela ouvia uma banda tocando, e estava perto. Ali na pracinha.
Não deu outra!
Foi até lá e ficou por um tempo vendo a rapaziada andar de skate e a banda se apresentando. Lembrou de seu filho e seu skate, a long time ago.
Continuou seu passeio pela praça e sem mesmo entrar em casa, pegou o carro e saiu novamente. Lembrou-se: era dia das crianças e lá naquele parque deveria ter uma festa.
E foi.
Já estava um pouco tarde e a festa no fim. Crianças correndo, brincando, escorregando, e mães pacientemente sentadas nos bancos a observar.
Na grama perto do lago, algumas pessoas aproveitavam as sombras das árvores e descansavam.
Resolveu fugir também do calor.
Comprou um sorvete e sentou-se a beira do lago.
Ficou ali por um tempo e viu que todos já estavam indo embora.
As barracas de artesanatos e comidas fechavam-se.
Levantou, limpou a barra da saia e lamentou o dia tão curto.
Comprou uma água gelada com gás, entrou em seu carro e voltou para casa.
Já era noite.
Tomou um banho refrescante e deitou-se.
Que domingo feliz. Não havia trocado uma única palavra com ninguém, mas viveu momentos maravilhosos, compartilhou sua vida com diversas outras.
E o dia passou rápido, com uma chuva de verão.
Prometeu-se mais dias como aquele, e assim o fez.
(*) Vera Vilela é escritora e poetisa
Autora do blog Encantando o Tempo
Aquele domingo prometia ser como todos os outros: muito chato!
Sozinha, sem companhia para almoçar, sem nada para fazer, dia chato!
Mas foi dando uma coisa estranha naquela menina, uma animação fora do comum.
Tomou um banho, lavou com capricho seus cabelos e os secou enroladinho nas pontas.
Passou um lápis, um batom e de repente, com um sorriso maroto resolveu colocar o vestido novo que comprara no dia anterior. Um vestido fresquinho de malha, lilás.
Uma sandália abertinha e um perfume gostoso.
Saiu sem rumo.
Deu umas voltas pela cidade com o carro, passou em frente aquela churrascaria maravilhosa... hum... adivinha? Lá foi ela comer um senhor rodÃzio.
Permitiu-se tomar um chope, com lei seca e tudo. Dane-se!
E lá pareciam todos felizes, muita conversa, muita comida e, mesmo sozinha na mesa, sentia-se acompanhada.
Saiu de lá com falta de ar, acho que faltava espaço na barriga... rs
Foi pra casa e se deitou, nada mais podia fazer.
Alegria de barriga cheia.
Cochilou por uma hora mais ou menos e acordou ainda com aquela vontade de sair.
Pela janela ouvia uma banda tocando, e estava perto. Ali na pracinha.
Não deu outra!
Foi até lá e ficou por um tempo vendo a rapaziada andar de skate e a banda se apresentando. Lembrou de seu filho e seu skate, a long time ago.
Continuou seu passeio pela praça e sem mesmo entrar em casa, pegou o carro e saiu novamente. Lembrou-se: era dia das crianças e lá naquele parque deveria ter uma festa.
E foi.
Já estava um pouco tarde e a festa no fim. Crianças correndo, brincando, escorregando, e mães pacientemente sentadas nos bancos a observar.
Na grama perto do lago, algumas pessoas aproveitavam as sombras das árvores e descansavam.
Resolveu fugir também do calor.
Comprou um sorvete e sentou-se a beira do lago.
Ficou ali por um tempo e viu que todos já estavam indo embora.
As barracas de artesanatos e comidas fechavam-se.
Levantou, limpou a barra da saia e lamentou o dia tão curto.
Comprou uma água gelada com gás, entrou em seu carro e voltou para casa.
Já era noite.
Tomou um banho refrescante e deitou-se.
Que domingo feliz. Não havia trocado uma única palavra com ninguém, mas viveu momentos maravilhosos, compartilhou sua vida com diversas outras.
E o dia passou rápido, com uma chuva de verão.
Prometeu-se mais dias como aquele, e assim o fez.
(*) Vera Vilela é escritora e poetisa
Autora do blog Encantando o Tempo
Dona Solidão custuma ser ótima professora. Belo texto.
ResponderExcluirLy