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A minha rua

(*) Aristeu Nogueira Soares

O que vejo no meu bairro,
Principalmente na minha rua?
Vejo pessoas alegres que transitam,
Geralmente, crianças nuas.

Uma que chupa o dedo sujo de terra,
Outra, que já possui uma grande barriga.
A que tem um pedaço de pão
Vem às outras fazer figa.

Vê-se pessoas honestas.
Cada cara numa janela;
A moça mais feia da cidade
Lá seria a mais bela.

O vendeiro da venda mais próxima
Está, também, atolado,
Coitado, não podemos pagar a dinheiro,
Muito menos acabar com o fiado.

Dormem todos amontoados
E estirados ao chão.
São poucos os que têm cama,
Mas com grande coração.

Quem passa as noites frias,
Sentindo o gelo na carne crua,
Sem ter coberta ou cobertor?...
É gente de minha rua...

Gente simples contenta-se com o que tem
Não importa que chamem isto de favela.
Não são capazes de fazer mal a ninguém;
Embora, muitos vão dormir em cela.

O prefeito age em todas as partes,
Mas na favela ele não atua.
“Deixe que todos morram...”
Mas ninguém extermina minha rua.

* Colaborador do JA. Clique aqui para ler mais textos do autor.

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